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Friday, March 28, 2008

Virtual Realidade Parte 129




Todos se silenciaram de repente, olhando para quem acabara de chegar.
Luísa permaneceu imóvel, por momentos, quase se esquecendo de respirar, a admirar a beleza da mulher naturalmente exuberante que acompanhava Eduardo, mas foi a primeira a reagir, indo ao encontro deles.
─ Sejam bem-vindos! Espero que possam sentir-se confortáveis entre nós.
Eduardo enlaçou a namorada pela cintura e dirigindo-se a todos:
─ Quero apresentar-vos a minha amiga Sara. Estava longe de supor que se encontrava aqui tão perto. Se não fosse a gripe da Rita e aqui o doutor Miguel ser sobrinho dela, o que eu também ignorava, não a teria descoberto.
Luísa precisava manter-se calma, mas não conseguia. “É então esta a Sara do caso da pequena Inês! Não esperava vir a conhecê-la deste modo. E que bonita que ela é! Espero que o Eduardo… ele é homem, não pode ter deixado de reparar nela. Haverá algo entre eles? Estou cansada de tantas emoções em tão pouco tempo. Só desejo que tudo corra bem.”
Sara, por sua vez, mirava discretamente aquela mulher que se lhe havia antecipado no coração de Eduardo e concluiu em íntima tristeza que lhe seria difícil deixar de amar aquela mulher de discreta beleza e olhar meigo.
─ Peço desculpa de lhe invadir assim a intimidade familiar, mas há muito que tenho enorme admiração por si e desejava muito conhecê-la! ─ disse a escritora com um sorriso de amabilidade, dirigindo-se à dona da casa.
─ Ora essa, foi uma excelente oportunidade! O Eduardo também me tem falado muito de si e já era altura de nos encontrarmos. Acho que não podia haver dia melhor.
─ Obrigada! ─ respondeu sentindo que não podia deixar de ser amiga daquela mulher que, sem a conhecer, a recebia na sua casa com uma altivez discreta, segura do seu papel de senhora da casa, mas de que não estava arredada uma elevada dose de simpatia.
Eduardo notou, no beijo que as duas trocaram, o relâmpago de uma amizade nascente e resolveu intervir com um pequeno contributo:
─ Meninas, se vão ser amigas, não é melhor começarem a tratar-se por tu?
─ Tens razão, Eduardo! Toma! ─ disse entregando a prenda que trazia para Luísa.
─ Oh, obrigada! Adoro prendas! Não sei como teve… tiveste tempo ainda para pensar nisso. Posso abrir?
─ Claro que sim e espero que gostes. ─ respondeu Sara, feliz por ver que proporcionara um prazer tão grande a Luísa, pelo simples facto de lhe dar um presente.
─ Mas… ora esta! ─ exclamou Luísa admirada quando viu o que era a oferta. ─ Afinal eu conheço-te há muito tempo, tenho dois livros teus! A não ser que não sejas a mesma de … (referiu os títulos dos dois livros escritos por Sara que havia lido)!
─ Sou eu mesma!
─ Adorei aqueles livros. Não podia esperar melhor prenda do que receber na minha casa uma escritora que admiro. Posso pedir-te que mos autografes com uma dedicatória?
─ Esse já está. Venham os outros!
─ Que dia mais feliz! ─ exclamou Luísa num grito espontâneo, retirando-se para ir buscar os dois exemplares.

Francisco e Rita apareceram e foram apresentados. Sara notou algo de familiar naquele belo rapaz, mas não foi capaz de o traduzir por palavras. Ofereceu a prenda à aniversariante.

Sobre a mesa havia diversas iguarias e os convidados, já familiarizados, uns com os outros tomavam o aperitivo. Sorridentes e animados, iam provando de tudo um pouco. Sara sentiu-se completamente à vontade entre os amigos de Eduardo. Todos eram muito simpáticos. Eduardo, dando pela falta de Luísa à mesa, discretamente foi à procura da namorada. Encontrou-a na cozinha sozinha com um ar triste. Luísa estava linda, aliás, este era praticamente o seu estado natural. Linda e feminina, como no primeiro encontro, como em nos seus sonhos doces, como sempre imaginou que fosse, mesmo antes de conhecê-la. Luísa era de uma doçura e sensibilidade incríveis. Tinha no olhar toda a insegurança que tentava, em vão, guardar atrás de um sorriso.
─ Amor, que carinha é essa? Estás assim por causa da Sara? Para mim também foi uma grande surpresa. Gostaria que se tivessem conhecido de uma outra forma. Mas estavas tão feliz ainda há pouco…
─ Estou bem, querido, apenas ainda em transe. Fica descansado. Vai passar rapidamente.
Num ímpeto de paixão, beijou-a e saiu da cozinha, com um sorriso maroto, reaparecendo em breves segundos com um ramo de rosas vermelhas.
─ Para a mamã mais linda. Adoro-te!
─ Obrigada, amor, são lindas eu também te amo muito.
Os dois, abraçados, sorriram felizes.
─ Diz aos nossos amigos para se sentarem à mesa que o almoço vai ser servido de seguida.
Cristina, entretanto, entrou na cozinha e maliciosa diz:
─ Os vossos rostos sorridentes denunciam-vos. O que andaram a fazer os pombinhos enquanto nós tomávamos o aperitivo?
─ Menina curiosa! Ajuda, por favor, a servir o almoço.
O almoço estava muito saboroso e Sara deu os maiores elogios à dona da casa. Depois, vieram os deliciosos e variados queijos, por fim as soberbas sobremesas e o champanhe.
No momento em que se acenderam as velas no bolo de aniversário, Francisco pediu licença e começou a disparar fotografias. As luzes apagadas, os parabéns foram cantados, no momento solene. Luísa e a mãe comoveram-se e havia lágrimas nos olhos de ambas.
Os convidados presentearam Rita, desejando-lhe felicidades.
A festa continuou animada e os jovens fizeram um grupinho à parte combinando onde iriam passar a noite. Rita sugeriu que fossem ao café Bambi, o mais antigo e famoso de S. Pedro de Moel, e depois à maior discoteca das redondezas, na Marinha Grande, no lugar da Garcia, chamado Império Romano. Os jovens concordaram, menos Daniel que já tinha a noite programada para sair com o namorado. Os mais velhos optaram por ficar em casa. Rita, depois de combinar tudo com os amigos, convidou Francisco a ir ao seu quarto, onde tinha o computador.
─ Está bem, amor, assim verei se tenho algum e-mail importante da firma.
Ela, sorridente, pegou-lhe na mão e entraram no quarto.
Francisco tomou-lhe a face entre as mãos e beijou-a com intensidade. Um beijo profundo, carinhoso e repleto de paixão.
Rita viu o desejo estampado nos olhos do namorado, também o desejava muito. Mas não era o dia nem o sítio ideal. Para disfarçar as emoções, ligou o computador e disse:
─ Amor, fica à vontade, eu já volto.
Parecendo ouvir os seus pensamentos, ele disse baixinho “Ela também me ama e deseja-me tanto como eu”.
Enquanto ele via o correio, Rita foi à procura de Sandrine e encontrou-a a falar com o Miguel, que insistia para saírem um pouco a sós.
Rita nem deu tempo a que ela respondesse e com o ar mais inocente do mundo disse:
─ Vai dar uma volta, maninha, amanhã já não estarás cá.
─ A tua irmã já compreendeu que eu apenas te quero só para mim durante um tempinho.
─ Sim, vamos! Todavia, não podemos demorar muito. Quero que Luísa esteja disponível para estar com os convidados.
─ Prometo que à hora de jantar estaremos cá.
Na sala de jantar, a conversa continuava animada e divertida. Irradiavam lembranças dos bons velhos tempos de estudante.
Miguel e Sandrine foram de carro dar uma volta. Ao passar por defronte de sua casa, Miguel esteve tentado a convidar Sandrine para tomar um café. Queria realmente estar a sós com ela, para beijá-la, mas não sabia se ela desejava o mesmo. Só de pensar que amanhã já não a veria, fazia com que a desejasse cada vez mais.
Rita entra de rompante no quarto a rir.
─ O que aconteceu?
─ Olha como estou feliz! Quero que todos também o estejam e fiz de Cupido agora mesmo.
─ Tu?
─ Sim, a Sandrine não se decidia a dar uma volta com o Miguel e eu dei um empurrãozinho.
─ E a nós não dás?
Rita fitou o namorado e viu-lhe um fogo no olhar, compreendendo o que ele queria e que ela também desejava.
─ Darei, mas cada coisa a seu tempo. Tem calma!
─ Mal posso esperar, amor! ─ exclamou Francisco agarrando-se a ela.

─ Já podes fechar o computador, não tinha nada importante, apenas um e-mail de uma amiga, que fez anos hoje e eu esqueci-me de lhe mandar um postal. Mas já vi que usas o Mirc e eu também costumo ir aos chats. Normalmente, vou ao canal Portugal.
─ Eu também costumo ir, mas nem sabia que tu frequentavas o MIRC, sempre falámos pelo MSN. A minha mãe e o Eduardo conheceram-se num canal chamado poesia. Já agora deixa ver quem está on-line.
Rita corre o Mirc e Francisco fica muito surpreendido quando vê o nick da namorada.

Continua

10 Comments:

Blogger tb said...

Pois... agora quem quiser saber mais que espere uma semana. :)
Seguindo a história e o desenrolar dos acontecimentos.
Como sempre, muito agradável de ler.
Beijinhos

11:53 pm  
Blogger Teresa lucas said...

hummmmmmmmmmmmmmmmmmm
Pois. Como frisou tb há que esperar mais uma semana.
Espere que passe rápido:)
beijos

12:18 am  
Anonymous Anonymous said...

Cada vez escreves melhor Isa, ou melhor escrevem melhor!!!
E gosto desta harmonia que emprestas aos personagens, e os casalinhos lá se vão formando uns atrás dos outros... até a minha Sandrine lá se foi, está derretida pelo médico forasteiro, num tenho sorte nenhuma lolll...
Será que esta amizade aparentemente sincera entre Luisa e Sara vai perdurar quando certos segredos vierem a lume?
E os meninos tanto os mais novos como os menos novos parecem "tocados" por ondas de desejos aflitos lolll... hummm agradável saber disto, pois... rio-me!
E há por aqui ainda muitos segredos por revelar... entre Edu e o filho, que tão perto tão longe, ainda nem imaginam a coisa.

Gostei muito deste capítulo autores, muito bom mesmo!

Beijinho e abraço

4:18 am  
Blogger Papoila said...

Mais um capitulo em que as emoções são descritas desta forma doce e terna em que vocês são mestres.
Gostei muito deste capítulo e do encontro entre Luísa e Sara.
Fica a vontade de continuar a ler.
Beijos

6:44 pm  
Blogger Miguel Augusto said...

Existem olhares de fogo, de paixão, de fome voraz e desejo intenso! Acho muito bonito traduzi-los aqui em palavras!

9:26 pm  
Blogger maresia_mar said...

Olá
cada vez a leitura está mais interessante, fica-se sempre com água na boca à espera da próxima semana.
Um beijo e bom fds

3:32 pm  
Anonymous Anonymous said...

olá amigos rendi-me e voltei à net, mas parece k ñ tão encantada como antes, por isso peço desculpa se demorar em vir ler-vos. Isto não tem a ver com a admiração k sinto por vós, nem com a amizade com que tão gentilmente me contemplam, tem a ver com o "crescer" aqui (net) onde não pensamos que possa chegar a maldade e a desilusão, mas como tão bem aqui já falaram na vossa história não existem lugares acima dos mal intencionados. Adorei pôr-me a par da história continua magnífica. Um imenso beijinhos com imenso carinho. Bfsemana!

4:33 pm  
Anonymous Anonymous said...

hummmmmmmmmmmm cada vez gosto mais deste conto.. lentamente, numa suavidade inefável, personagens com os seus amores e «desamores» vão sendo desenhadas e é belo ver-se e gente sente-se lá dentro e gosta de todo este ambiente.. ainda por cima tem cheirinho de mistério...
sorriso grandes @@@

4:25 pm  
Blogger lena said...

amiguinhos, imóvel fiquei também quando vi que a Sara entrar

a Luísa segura de si e a Sara sentia tímida, desprotegida ...

o Francisco não lhe achou parecenças com a mãe?

senti a festa, a alegria de todos. o envolvimento

o amor, o desejo, a intensidade da paixão

é um prazer ler-vos. estar e seguir cada capítulo onde a emoção cada vez é mais forte

obrigada por me deliciarem com cada partilha

abraço-vos com ternura e deixo beijinhos aos dois, Isa e Luís

lena

10:17 pm  
Anonymous Anonymous said...

Parte 129 - Encontro de Sara e Luísa na festa de anos de Rita (Sara não sabe que é "cunhada" e tia de Francisco, filho de Eduardo)

3:53 pm  

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