Actualidade
Pedimos desculpa às nossas (os) expectantes leitoras (es) pelo facto de esta semana não publicarmos mais uma parte da história Virtual Realidade.
O momento é de reflexão, dado que em breve se tomará uma decisão de grande importância para a sociedade portuguesa, importância histórica até, e não quisemos deixar passar em claro este acontecimento: O referendo sobre a despenalização do aborto.
Vamos deixar um pouco o Eduardo e a Luísa, o Francisco e a Rita, a Mariana e o Juan, a tratarem das suas vidas humaníssimas, e debrucemo-nos sobre esta questão tão importante para todos nós.
Não deixem de ir votar, qualquer que seja a vossa opinião, tomada em liberdade!
Porque desejamos uns aos outros um Feliz Ano Novo, se a nossa felicidade consiste, na maioria dos casos, em ter ideias e atitudes que entram em conflito precisamente com essa mesma felicidade?
Começou um novo ano que desejamos sempre seja melhor do que o que terminou, mas sempre esperamos que essa melhoria caia do céu, como o maná outrora na terra prometida, como se não tivéssemos qualquer responsabilidade na forma como cada ano decorre, nem devêssemos alterar os nossos hábitos, os nossos modos de pensar e os nossos procedimentos, para alcançarmos essa melhoria.
Os próximos anos só podem piorar: cada vez são mais frequentes as notícias dos efeitos do aquecimento global.
Mas, para dar apenas um exemplo, continuamos a adorar inúteis competições de veículos que queimam combustíveis fósseis. No Lisboa-Dacar os nossos meninos-ricos, além andarem a contribuir para a degradação do planeta, levam as suas barriguinhas cheias a exibir-se perante o olhar pasmado de milhares de africanos esfomeados, mostrando-lhes como se vive bem na Europa, tão bem que se podem dar ao luxo de desperdiçar, tentando-os a emigrar para cá e depois metendo-os na prisão e correndo com eles.
Porque continuamos a alimentar um sistema que faz de nós o que quer, contra as nossas necessidades naturais, dando-nos sempre a ilusão de que somos livres de escolher?
Tão livres que permite que se organizem grupos de manipulação das vontades, do discernimento e da consciência de cada um, no caso do referendo sobre a despenalização do aborto?
Porque não deixam cada um de nós pensar em paz, discernir por si mesmo, em liberdade e sem influências externas? Com que direito nos fazem isso? Com que interesse?
Com o interesse de quem tem medo de que um dia a mulher consiga libertar a sua sexualidade natural, os homens comecem a ser livres e não mais seja possível uns poucos usarem os restantes para o seu próprio enriquecimento.
Se nos preocupamos com a vida humana e há tantas crianças necessitadas a precisarem de ajuda porque não nos dedicamos a elas?
Os poderes religiosos que revelam um tão enorme zelo na defesa da vida, quando se trata do aborto, desfazem-se por acaso das suas riquezas para evitar que todos os segundos morram crianças de fome em algum lugar da terra?
Eles não defendem a vida, como nos querem fazer acreditar!
Se o fizessem procurariam impedir com que os seus seguidores participassem de organizações criadas para matar. Ora, nunca nas nossas consciências foi colocada em questão a validade de um serviço militar. Pelo contrário, as religiões têm estimulado e patrocinado guerras.
Eles não defendem a vida; eles opõem-se a tudo o que se relacione com a libertação da sexualidade natural e sabem porque o fazem.
Assim mantêm uma humanidade psicologicamente doente e infeliz, que continua a transmitir aos filhos essa doença de que padece e é a causa de todos os males que ela mesma deplora, mas não sabe porque acontecem nem como os evitar.
É neste deserto interior que as ideologias religiosas encontram terreno fértil.
Vivemos uma época de tão grande desenvolvimento científico e tecnológico e a irracionalidade continua a dirigir o mundo!
Ainda há pais que por medo, vaidade, ou snobismo, mas sempre «boa intenção» e ignorância, enviam os seus filhos para escolas privadas, caras, para que as suas mentes sejam formadas no cadinho da irracionalidade fascista, muitas vezes sem terem consciência disso.
Senão vejamos, num pequeno excerto de um regulamento interno de uma dessas escolas, como se transmite às gerações mais novas a peste que vem corrompendo a humanidade à milhares de anos. E é também um esclarecedor exemplo de como a igreja é a «favor» da vida humana, já que esta escola foi criada por um padre, no sec XX, e é um conjunto de regras de inspiração católica:
1. Normas Gerais do dia-a-dia do Aluno
1.1 Aulas
1. Quando tocar para o início das aulas, os alunos devem dirigir-se para as respectivas salas, aguardando em silêncio a entrada do professor. Logo que este chegue, o Chefe de Turma dará indicação para todos se levantarem;
2. Durante as aulas, os alunos devem adoptar uma atitude correcta, atenta e de respeito;
3. No decorrer da aula, as atitudes menos correctas dos alunos poderão ser participadas pelo professor. Em casos graves, o professor poderá solicitar a presença do Chefe de Disciplina;
4. Só em situações de excepção, o aluno poderá ser autorizado pelo professor a ausentar-se da sala de aula. O facto deverá ser comunicado ao Chefe de Disciplina;
5. Os alunos não poderão faltar às aulas sem conhecimento do Chefe de Disciplina. Durante os tempos de aula ou de estudo, não é permitido a qualquer aluno a permanência nos corredores ou pátios;
6. Nas aulas, os alunos não podem mudar de lugar, sem autorização do Director de Turma;
7. Quando terminarem as aulas, os alunos só poderão abandonar a sala de aula após ordem expressa do prefeito de serviço, sendo condição para tal que a sala esteja arrumada e os alunos em silêncio;
8. Como o Colégio X ministra uma Educação baseada nos princípios cristãos defendidos pela Igreja Católica, nenhum aluno poderá ser dispensado da assistência às aulas da disciplina de Educação Moral e Religiosa ou a actos em que a mesma seja ministrada.
1.2 Estudos
1. A entrada nas salas de estudo será efectuada de forma correcta. Durante o estudo os alunos deverão permanecer em silêncio rigoroso, sendo proibido tudo o que possa perturbar o ambiente de trabalho;
2. Nenhum aluno poderá sair da sala de estudo ou retardar a sua entrada, sem conhecimento do Chefe de Disciplina. Os alunos terão lugar marcado na sala de estudo, não podendo alterá-lo sem licença do Regente;
3. Os alunos que necessitem de qualquer esclarecimento, durante o estudo, pedirão auxílio do Regente de Estudo, levantando o braço. A explicação ou esclarecimento serão dados em voz baixa;
4. Não é permitido emprestar ou pedir emprestados livros e material escolar. Os alunos devem possuir tudo o que seja necessário para os seus trabalhos;
5. No final do estudo, os alunos deverão deixar as suas carteiras arrumadas, não deixando sobre elas livros ou outros objectos.
6. Os estudos são feitos normalmente em salas próprias. Só excepcionalmente e com autorização superior poderão ser realizados noutro local;
7. Não é permitido aos alunos abrirem as carteiras dos colegas, nem utilizarem os seus livros e objectos;
8. A saída da Sala de Estudo deve ser feita segundo indicação do Regente de Estudo, sendo este a finalizar a sessão de estudo.
1.3 Saídas
1. Nenhum aluno poderá ausentar-se do Colégio sem licença (bilhete de saída).
2. Os alunos não podem sair antes da hora fixada no horário. As saídas extraordinárias ou antes das horas estabelecidas só poderão ser autorizadas pelo Chefe de Disciplina através do pedido directo dos Pais ou Encarregados de Educação do aluno;
3. Os bilhetes de saída deverão ser pedidos por carta ou telefonema dirigido ao Chefe de Disciplina. De manhã, entre as oito horas e vinte minutos e as dez horas e trinta minutos, e de tarde, entre as treze horas e quarenta minutos e as quinze horas;
4. Em qualquer saída extraordinária, o aluno deve ser portador do Bilhete de Saída que entregará na portaria;
5. O aluno apenas se poderá ausentar do Colégio, antes das dezoito horas, se for portador de bilhete ou cartão de saída;
6. O cartão de saída especifica os dias, as horas e o acompanhante do aluno, quando este sai depois do término das aulas;
7. Caso seja especificado um acompanhante, quer no bilhete de saída, quer no cartão de saída, o aluno só poderá sair do Colégio na companhia da pessoa referida;
8. É expressamente proibido os alunos permanecerem nas áreas circundantes do Colégio, quando não se encontrem acompanhados pelos Encarregados de Educação, Pais, Professores ou Prefeitos. O não cumprimento desta norma é considerado uma falta grave, sujeita a sanção disciplinar;
A saída sem autorização é sujeita a sanção disciplinar a determinar pelo Director Pedagógico.
1.4 Refeições
1. As entradas e saídas nos refeitórios serão feitas em silêncio. O aluno, junto do seu lugar, aguardará de pé o sinal para o início da refeição;
2. Os alunos, no espaço do refeitório, devem adoptar uma atitude correcta, obedecendo às indicações do Prefeito de serviço e do Chefe de Mesa;
3. Durante as refeições, os alunos poderão falar moderadamente, com os seus companheiros de mesa, se assim o entender o Prefeito de serviço no refeitório;
4. No decorrer das refeições, nenhum aluno poderá levantar-se ou sair do refeitório, sem autorização superior, pedida pelo Chefe de Mesa;
5. Não é permitido aos alunos recusar alimentos, dar aos companheiros ou trazer para fora do refeitório;
6. Os alunos não têm qualquer alimentação especial, a não ser a determinada pelo médico ou pela sua religião e com conhecimento prévio da Administração;
7. Os alunos, que ocasionalmente necessitem de dieta, deverão requisitá-la junto da Administração até às dez horas;
8. Se durante a refeição o aluno necessitar de alguma coisa, ou não puder servir-se de qualquer prato, deve dirigir-se ao Chefe de Mesa, o qual comunicará o facto ao Prefeito de serviço;
Só poderão faltar às refeições (almoço e lanche) se houver pedido prévio do Encarregado de Educação ao chefe de Disciplina.
Esta obra-prima de absoluto controlo totalitário fascista das indefesas mentes infantis, onde as crianças são tratadas como marionetas, sem direito a iniciativa própria, não deixa margem para dúvidas. Queremos isto para os nossos filhos?
Tratar crianças deste modo é, simplesmente, criminoso!
Deste modo só poderemos contribuir para aumentar os problemas que queremos eliminar.
Estamos perante uma escola semelhante à do filme Clube dos Poetas Mortos que muitos de nós, com certeza, acharam má e se colocaram do lado do professor John Keating.
Talvez porque os filmes têm a faculdade de despertar o nosso lado bom, mostrando que todos transportamos, no mais íntimo de nós mesmos, a verdade original da nossa natureza profunda, agrilhoada pelos «valores» externos que nos foram impostos, através de uma educação repressiva, e que se opõem a essa verdade original e boa e nos impedem de a viver na prática.
São de lamentar os filhos cujos pais não entendem quão reaccionário e contrário à natureza humana, ao desabrochar de uma vida humana feliz, é um regulamento deste tipo, numa escola para a qual se paga bem, e que são submetidos a este regime altamente repressor.
É preciso odiarmos muito as nossas crianças, ainda que de modo inconsciente (e os ódios inconscientes são os mais perniciosos porque não são percebidos como ódios), para as submetermos a um tratamento daqueles.
Defendemos a penalização do aborto em nome da vida humana e mantemos todas as outras formas de repressão e anulação da mesma vida. Onde está a nossa pretensa moralidade e coerência?
O que é a VIDA HUMANA afinal?
Vamos imaginar por momentos que éramos mamíferos ovíparos.
Seria obrigatório a mulher chocar cada ovo «galado» sob pena de ser acusada de prática de aborto e atentado contra a vida humana? Ou poderíamos livremente fazer omeletas?
Num ovo de galinha, por exemplo, em que momento começa a vida de um pinto,
quando o óvulo se combina com o espermatozóide ou no inicio do choco?
Se os galináceos tivessem uma moral de defesa das suas vidas como seria ela?
Pensar que a vida humana começa no momento da fecundação não passa de uma opinião sem bases científicas rigorosas e, portanto, não temos o direito de a impor aos outros. E assim, se eu votar contra a despenalização, é isso mesmo que estou a fazer: a arrogar-me um direito que não tenho.
Poderíamos considerar que a vida começa na bolsa seminal e no ovário quando um espermatozóide e um óvulo ficam prontos para a fecundação. Quem, ou o quê, nos poderiam impedir? Nenhum conhecimento científico, certamente, por mais que alguns, por motivos inconfessáveis, o afirmem.
Enquanto não estabelecermos uma definição científica rigorosa sobre o que é a Vida Humana e o momento exacto do seu início, de um modo que todos percebam e aceitem sem imposição externa, as opiniões a esse respeito não passarão disso mesmo.
Assim, seja qual for a nossa opinião sobre o momento em que começa uma vida humana, devemos votar a favor da despenalização.
Parece-nos bem claro que o que está em causa não é a vida humana mas a sexualidade, que a igreja e outras ideologias de classes dominantes, querem que continue submetida às suas regras, porque, se um dia a sexualidade natural se libertar do jugo de milhares de anos de escravidão, não mais será possível obrigar ninguém a proceder, nomeadamente trabalhar, contra os seus próprios interesses e em proveito de outras classes sociais.
Há muito que isto é sabido de quem manipula as consciências alheias em seu proveito.
Porque se fala sempre em defender a vida humana e não em respeitar a natureza?
O aborto não será falta de respeito pela natureza?
Pois é, mas aí teríamos muito mais para dizer, estando todos, sem excepção, atolados em desrespeito sistemático e continuado pela vida, com perfeita (in)consciência disso.
Será que queremos mesmo um ano melhor?
Os anos só começarão a ser melhores quando melhorarmos o mundo e isso só será viável se nos melhorarmos a nós mesmos.
Existe uma escola que daria esperança ao mundo, privada também, algures em Inglaterra:
http://www.summerhillschool.co.uk/
Mas não tem servido de exemplo aos estudiosos do ensino, pedagogos, psicólogos, nem aos políticos, porque ela se propõe criar, não cidadãos submissos, mas seres humanos livres, racionais, sem medos, capazes de pensar pelas suas cabeças.
Aos estados, superstruturas do capitalismo, apenas interessa formatar as crianças no sentido de as transformar em peças úteis e obedientes (pela angústia da liberdade natural perdida) da máquina de produção, para benefício de alguns, e assim não fomentam nem patrocinam a proliferação desse tipo de escolas.
Que seria das classes sociais dominantes se cada um de nós começasse a pensar por si próprio e fosse capaz de agir livremente?
Quando um politico, ou um padre, nos vem dizer, a propósito da violência juvenil, nomeadamente nas escolas, que é preciso incutir nas crianças os valores necessários a uma vida social sem conflitos, o que eles querem dizer é que é preciso obrigá-las a aceitar as normas impostas pelos senhores do mundo, que são contrárias à natureza humana e geradoras de mais angústia e conflitos.
Apesar de tudo existem uns poucos de homens e mulheres que, com o exemplo da sua vida, as suas descobertas, a divulgação das suas ideias, vão tentando despertar em nós aquelas verdades adormecidas. Por exemplo, A. S. Neil, fundador da Summerhill School, e o poeta Libanês Gibran Kahlil Gibran (1883 – 1931) que, num belíssimo e inesquecível texto, resumiu tudo o que precisamos de saber para criarmos um filho:
Os Filhos
Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projectem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Do Livro «O Profeta» de GIBRAN KAHLIL GIBRAN
Tenhamos esperança, mas façamos por isso!
O momento é de reflexão, dado que em breve se tomará uma decisão de grande importância para a sociedade portuguesa, importância histórica até, e não quisemos deixar passar em claro este acontecimento: O referendo sobre a despenalização do aborto.
Vamos deixar um pouco o Eduardo e a Luísa, o Francisco e a Rita, a Mariana e o Juan, a tratarem das suas vidas humaníssimas, e debrucemo-nos sobre esta questão tão importante para todos nós.
Não deixem de ir votar, qualquer que seja a vossa opinião, tomada em liberdade!
Porque desejamos uns aos outros um Feliz Ano Novo, se a nossa felicidade consiste, na maioria dos casos, em ter ideias e atitudes que entram em conflito precisamente com essa mesma felicidade?
Começou um novo ano que desejamos sempre seja melhor do que o que terminou, mas sempre esperamos que essa melhoria caia do céu, como o maná outrora na terra prometida, como se não tivéssemos qualquer responsabilidade na forma como cada ano decorre, nem devêssemos alterar os nossos hábitos, os nossos modos de pensar e os nossos procedimentos, para alcançarmos essa melhoria.
Os próximos anos só podem piorar: cada vez são mais frequentes as notícias dos efeitos do aquecimento global.
Mas, para dar apenas um exemplo, continuamos a adorar inúteis competições de veículos que queimam combustíveis fósseis. No Lisboa-Dacar os nossos meninos-ricos, além andarem a contribuir para a degradação do planeta, levam as suas barriguinhas cheias a exibir-se perante o olhar pasmado de milhares de africanos esfomeados, mostrando-lhes como se vive bem na Europa, tão bem que se podem dar ao luxo de desperdiçar, tentando-os a emigrar para cá e depois metendo-os na prisão e correndo com eles.
Porque continuamos a alimentar um sistema que faz de nós o que quer, contra as nossas necessidades naturais, dando-nos sempre a ilusão de que somos livres de escolher?
Tão livres que permite que se organizem grupos de manipulação das vontades, do discernimento e da consciência de cada um, no caso do referendo sobre a despenalização do aborto?
Porque não deixam cada um de nós pensar em paz, discernir por si mesmo, em liberdade e sem influências externas? Com que direito nos fazem isso? Com que interesse?
Com o interesse de quem tem medo de que um dia a mulher consiga libertar a sua sexualidade natural, os homens comecem a ser livres e não mais seja possível uns poucos usarem os restantes para o seu próprio enriquecimento.
Se nos preocupamos com a vida humana e há tantas crianças necessitadas a precisarem de ajuda porque não nos dedicamos a elas?
Os poderes religiosos que revelam um tão enorme zelo na defesa da vida, quando se trata do aborto, desfazem-se por acaso das suas riquezas para evitar que todos os segundos morram crianças de fome em algum lugar da terra?
Eles não defendem a vida, como nos querem fazer acreditar!
Se o fizessem procurariam impedir com que os seus seguidores participassem de organizações criadas para matar. Ora, nunca nas nossas consciências foi colocada em questão a validade de um serviço militar. Pelo contrário, as religiões têm estimulado e patrocinado guerras.
Eles não defendem a vida; eles opõem-se a tudo o que se relacione com a libertação da sexualidade natural e sabem porque o fazem.
Assim mantêm uma humanidade psicologicamente doente e infeliz, que continua a transmitir aos filhos essa doença de que padece e é a causa de todos os males que ela mesma deplora, mas não sabe porque acontecem nem como os evitar.
É neste deserto interior que as ideologias religiosas encontram terreno fértil.
Vivemos uma época de tão grande desenvolvimento científico e tecnológico e a irracionalidade continua a dirigir o mundo!
Ainda há pais que por medo, vaidade, ou snobismo, mas sempre «boa intenção» e ignorância, enviam os seus filhos para escolas privadas, caras, para que as suas mentes sejam formadas no cadinho da irracionalidade fascista, muitas vezes sem terem consciência disso.
Senão vejamos, num pequeno excerto de um regulamento interno de uma dessas escolas, como se transmite às gerações mais novas a peste que vem corrompendo a humanidade à milhares de anos. E é também um esclarecedor exemplo de como a igreja é a «favor» da vida humana, já que esta escola foi criada por um padre, no sec XX, e é um conjunto de regras de inspiração católica:
1. Normas Gerais do dia-a-dia do Aluno
1.1 Aulas
1. Quando tocar para o início das aulas, os alunos devem dirigir-se para as respectivas salas, aguardando em silêncio a entrada do professor. Logo que este chegue, o Chefe de Turma dará indicação para todos se levantarem;
2. Durante as aulas, os alunos devem adoptar uma atitude correcta, atenta e de respeito;
3. No decorrer da aula, as atitudes menos correctas dos alunos poderão ser participadas pelo professor. Em casos graves, o professor poderá solicitar a presença do Chefe de Disciplina;
4. Só em situações de excepção, o aluno poderá ser autorizado pelo professor a ausentar-se da sala de aula. O facto deverá ser comunicado ao Chefe de Disciplina;
5. Os alunos não poderão faltar às aulas sem conhecimento do Chefe de Disciplina. Durante os tempos de aula ou de estudo, não é permitido a qualquer aluno a permanência nos corredores ou pátios;
6. Nas aulas, os alunos não podem mudar de lugar, sem autorização do Director de Turma;
7. Quando terminarem as aulas, os alunos só poderão abandonar a sala de aula após ordem expressa do prefeito de serviço, sendo condição para tal que a sala esteja arrumada e os alunos em silêncio;
8. Como o Colégio X ministra uma Educação baseada nos princípios cristãos defendidos pela Igreja Católica, nenhum aluno poderá ser dispensado da assistência às aulas da disciplina de Educação Moral e Religiosa ou a actos em que a mesma seja ministrada.
1.2 Estudos
1. A entrada nas salas de estudo será efectuada de forma correcta. Durante o estudo os alunos deverão permanecer em silêncio rigoroso, sendo proibido tudo o que possa perturbar o ambiente de trabalho;
2. Nenhum aluno poderá sair da sala de estudo ou retardar a sua entrada, sem conhecimento do Chefe de Disciplina. Os alunos terão lugar marcado na sala de estudo, não podendo alterá-lo sem licença do Regente;
3. Os alunos que necessitem de qualquer esclarecimento, durante o estudo, pedirão auxílio do Regente de Estudo, levantando o braço. A explicação ou esclarecimento serão dados em voz baixa;
4. Não é permitido emprestar ou pedir emprestados livros e material escolar. Os alunos devem possuir tudo o que seja necessário para os seus trabalhos;
5. No final do estudo, os alunos deverão deixar as suas carteiras arrumadas, não deixando sobre elas livros ou outros objectos.
6. Os estudos são feitos normalmente em salas próprias. Só excepcionalmente e com autorização superior poderão ser realizados noutro local;
7. Não é permitido aos alunos abrirem as carteiras dos colegas, nem utilizarem os seus livros e objectos;
8. A saída da Sala de Estudo deve ser feita segundo indicação do Regente de Estudo, sendo este a finalizar a sessão de estudo.
1.3 Saídas
1. Nenhum aluno poderá ausentar-se do Colégio sem licença (bilhete de saída).
2. Os alunos não podem sair antes da hora fixada no horário. As saídas extraordinárias ou antes das horas estabelecidas só poderão ser autorizadas pelo Chefe de Disciplina através do pedido directo dos Pais ou Encarregados de Educação do aluno;
3. Os bilhetes de saída deverão ser pedidos por carta ou telefonema dirigido ao Chefe de Disciplina. De manhã, entre as oito horas e vinte minutos e as dez horas e trinta minutos, e de tarde, entre as treze horas e quarenta minutos e as quinze horas;
4. Em qualquer saída extraordinária, o aluno deve ser portador do Bilhete de Saída que entregará na portaria;
5. O aluno apenas se poderá ausentar do Colégio, antes das dezoito horas, se for portador de bilhete ou cartão de saída;
6. O cartão de saída especifica os dias, as horas e o acompanhante do aluno, quando este sai depois do término das aulas;
7. Caso seja especificado um acompanhante, quer no bilhete de saída, quer no cartão de saída, o aluno só poderá sair do Colégio na companhia da pessoa referida;
8. É expressamente proibido os alunos permanecerem nas áreas circundantes do Colégio, quando não se encontrem acompanhados pelos Encarregados de Educação, Pais, Professores ou Prefeitos. O não cumprimento desta norma é considerado uma falta grave, sujeita a sanção disciplinar;
A saída sem autorização é sujeita a sanção disciplinar a determinar pelo Director Pedagógico.
1.4 Refeições
1. As entradas e saídas nos refeitórios serão feitas em silêncio. O aluno, junto do seu lugar, aguardará de pé o sinal para o início da refeição;
2. Os alunos, no espaço do refeitório, devem adoptar uma atitude correcta, obedecendo às indicações do Prefeito de serviço e do Chefe de Mesa;
3. Durante as refeições, os alunos poderão falar moderadamente, com os seus companheiros de mesa, se assim o entender o Prefeito de serviço no refeitório;
4. No decorrer das refeições, nenhum aluno poderá levantar-se ou sair do refeitório, sem autorização superior, pedida pelo Chefe de Mesa;
5. Não é permitido aos alunos recusar alimentos, dar aos companheiros ou trazer para fora do refeitório;
6. Os alunos não têm qualquer alimentação especial, a não ser a determinada pelo médico ou pela sua religião e com conhecimento prévio da Administração;
7. Os alunos, que ocasionalmente necessitem de dieta, deverão requisitá-la junto da Administração até às dez horas;
8. Se durante a refeição o aluno necessitar de alguma coisa, ou não puder servir-se de qualquer prato, deve dirigir-se ao Chefe de Mesa, o qual comunicará o facto ao Prefeito de serviço;
Só poderão faltar às refeições (almoço e lanche) se houver pedido prévio do Encarregado de Educação ao chefe de Disciplina.
Esta obra-prima de absoluto controlo totalitário fascista das indefesas mentes infantis, onde as crianças são tratadas como marionetas, sem direito a iniciativa própria, não deixa margem para dúvidas. Queremos isto para os nossos filhos?
Tratar crianças deste modo é, simplesmente, criminoso!
Deste modo só poderemos contribuir para aumentar os problemas que queremos eliminar.
Estamos perante uma escola semelhante à do filme Clube dos Poetas Mortos que muitos de nós, com certeza, acharam má e se colocaram do lado do professor John Keating.
Talvez porque os filmes têm a faculdade de despertar o nosso lado bom, mostrando que todos transportamos, no mais íntimo de nós mesmos, a verdade original da nossa natureza profunda, agrilhoada pelos «valores» externos que nos foram impostos, através de uma educação repressiva, e que se opõem a essa verdade original e boa e nos impedem de a viver na prática.
São de lamentar os filhos cujos pais não entendem quão reaccionário e contrário à natureza humana, ao desabrochar de uma vida humana feliz, é um regulamento deste tipo, numa escola para a qual se paga bem, e que são submetidos a este regime altamente repressor.
É preciso odiarmos muito as nossas crianças, ainda que de modo inconsciente (e os ódios inconscientes são os mais perniciosos porque não são percebidos como ódios), para as submetermos a um tratamento daqueles.
Defendemos a penalização do aborto em nome da vida humana e mantemos todas as outras formas de repressão e anulação da mesma vida. Onde está a nossa pretensa moralidade e coerência?
O que é a VIDA HUMANA afinal?
Vamos imaginar por momentos que éramos mamíferos ovíparos.
Seria obrigatório a mulher chocar cada ovo «galado» sob pena de ser acusada de prática de aborto e atentado contra a vida humana? Ou poderíamos livremente fazer omeletas?
Num ovo de galinha, por exemplo, em que momento começa a vida de um pinto,
quando o óvulo se combina com o espermatozóide ou no inicio do choco?
Se os galináceos tivessem uma moral de defesa das suas vidas como seria ela?
Pensar que a vida humana começa no momento da fecundação não passa de uma opinião sem bases científicas rigorosas e, portanto, não temos o direito de a impor aos outros. E assim, se eu votar contra a despenalização, é isso mesmo que estou a fazer: a arrogar-me um direito que não tenho.
Poderíamos considerar que a vida começa na bolsa seminal e no ovário quando um espermatozóide e um óvulo ficam prontos para a fecundação. Quem, ou o quê, nos poderiam impedir? Nenhum conhecimento científico, certamente, por mais que alguns, por motivos inconfessáveis, o afirmem.
Enquanto não estabelecermos uma definição científica rigorosa sobre o que é a Vida Humana e o momento exacto do seu início, de um modo que todos percebam e aceitem sem imposição externa, as opiniões a esse respeito não passarão disso mesmo.
Assim, seja qual for a nossa opinião sobre o momento em que começa uma vida humana, devemos votar a favor da despenalização.
Parece-nos bem claro que o que está em causa não é a vida humana mas a sexualidade, que a igreja e outras ideologias de classes dominantes, querem que continue submetida às suas regras, porque, se um dia a sexualidade natural se libertar do jugo de milhares de anos de escravidão, não mais será possível obrigar ninguém a proceder, nomeadamente trabalhar, contra os seus próprios interesses e em proveito de outras classes sociais.
Há muito que isto é sabido de quem manipula as consciências alheias em seu proveito.
Porque se fala sempre em defender a vida humana e não em respeitar a natureza?
O aborto não será falta de respeito pela natureza?
Pois é, mas aí teríamos muito mais para dizer, estando todos, sem excepção, atolados em desrespeito sistemático e continuado pela vida, com perfeita (in)consciência disso.
Será que queremos mesmo um ano melhor?
Os anos só começarão a ser melhores quando melhorarmos o mundo e isso só será viável se nos melhorarmos a nós mesmos.
Existe uma escola que daria esperança ao mundo, privada também, algures em Inglaterra:
http://www.summerhillschool.co.uk/
Mas não tem servido de exemplo aos estudiosos do ensino, pedagogos, psicólogos, nem aos políticos, porque ela se propõe criar, não cidadãos submissos, mas seres humanos livres, racionais, sem medos, capazes de pensar pelas suas cabeças.
Aos estados, superstruturas do capitalismo, apenas interessa formatar as crianças no sentido de as transformar em peças úteis e obedientes (pela angústia da liberdade natural perdida) da máquina de produção, para benefício de alguns, e assim não fomentam nem patrocinam a proliferação desse tipo de escolas.
Que seria das classes sociais dominantes se cada um de nós começasse a pensar por si próprio e fosse capaz de agir livremente?
Quando um politico, ou um padre, nos vem dizer, a propósito da violência juvenil, nomeadamente nas escolas, que é preciso incutir nas crianças os valores necessários a uma vida social sem conflitos, o que eles querem dizer é que é preciso obrigá-las a aceitar as normas impostas pelos senhores do mundo, que são contrárias à natureza humana e geradoras de mais angústia e conflitos.
Apesar de tudo existem uns poucos de homens e mulheres que, com o exemplo da sua vida, as suas descobertas, a divulgação das suas ideias, vão tentando despertar em nós aquelas verdades adormecidas. Por exemplo, A. S. Neil, fundador da Summerhill School, e o poeta Libanês Gibran Kahlil Gibran (1883 – 1931) que, num belíssimo e inesquecível texto, resumiu tudo o que precisamos de saber para criarmos um filho:
Os Filhos
Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projectem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Do Livro «O Profeta» de GIBRAN KAHLIL GIBRAN
Tenhamos esperança, mas façamos por isso!
30 Comments:
Excelente texto que aborda questões intensas, variadas, actuais e, sobretudo, uam questão de importância vital para todos nós - a forma de educar as crianças.
Neste momento, em que a sociedade portuguesa vai ser chamada a dar o seu voto pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, espero que o faça com a consciência que o acto merece, com os olhos abertos à realidade da vida e não por outros motivos.
Parabéns pelo texto, pelo vosso trabalho, e também por reflectirem connosco assuntos que são do interesse de toda a comunidade.
É de lamentar que ainda haja hoje escolas para crianças que tenham esse tipo de estatutos e não que elas sejam deixadas crescer na plenitude do ser humano, livres e felizes.
Beijinhos
Vir aqui é sempre uma mais valia e um bom aproveitamento do tempo que hoje em dia cada vez é mais precioso, sempre a excelência dos posts que me fazem voltar sempre que me é possível.
Este post fantástico repleto de verdades, uma mensagem e uma opinião com a qual me identifico, e no fim a sensação que nada ficou esquecido, nada ficou por dizer, o que dificulta comentar para acrescentar algo mais…
Beijos e bom fim de semana
Queridos Isa e Luís
Uma excelente reflexão neste início de 2007 com questões muito pertinentes e que nos deviam preocupar a todos.
A 11 de Fevereiro é essencial votarmos em consciência. Em consciência e porque sou a favor da vida, votarei Sim à despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas.
Parabéns!
Beijo
Desejava que passasse por aqui muita gente para ler este vosso post. Muito bem escrito e publicado:))
Um b f semana para Isa e Luis
Beijocas*
Olá meus amigos...Se o momento é de decisão, que seja consciente!!
beijos pra vcs
fiquem bem e na paz
não sei se vou votar, sou livre, acredito na minha liberdade e o que li aqui pouco ou nada me esclareceu,
acredito no ensino público, poderia ser melhor, muito melhor claro, estou nele e luto por isso, para o bem estar de cada criança, o que li não corresponde à realidade do nosso ensino público, cada um pode escolher a religião que quiser, não são disciplinas obrigatórias
colégios é para quem tem dinheiro, que se sujeitem se quiserem, estudei alguns anos num colégio sei bem o que isso é
temos sempre uma porta aberta e sair se essa for a nossa opção, eu saí...
uma "opinião" foi o que li
fica a reflexão a mais importante que li "Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas"
não fui arremessada para a vida, fui amada
de Gibran Kahlil Gibran, li quatro livros, depois pesquisei muito sobre ele encontrei aqui:
http://www.starnews2001.com.br/kahlil2.html
e em outros sites muito do poeta libanês
este post gostei, muito do que li já conhecia, mas não o consigo integrar na reflexão que o país neste momento pede, continuo a dizer que acredito na minha liberdade, apesar de ser tão frágil
fui e sou amada e desejada!
abraço-vos ternamente meus doces amigos, num abraço mais real que virtual, um abraço que vos consiga tocar
adoro passar por cá como sempre
deixo muitos beijinhos
lena
Fiquei estarrecida com as normas da escola.Nossa!O texto impressiona e acredito que tirando alguns exageros,a verdade está aí nestas linhas:nua e crua.
ISA/LUÍS
Nunca VOS esqueço e sempre que possivel virei dar...
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. .¶¶¶¶¶¶¶. . . .¶¶. 1 beijo
. . ¶¶¶¶¶¶¶ . . ¶¶. 1 abraço
. . .¶¶¶¶¶¶¶ . ¶¶. 1 carinho
. . . .¶¶¶¶¶¶. ¶¶. 1 obrigado
. . . . .¶¶¶¶¶¶¶. 1 bom fim de semana
. . . . . . . . .¶¶. 1 bom dia
. . . . . . . . ¶¶. 1 boa tarde
. . . . . . . .¶¶. 1 boa noite
. . . . . . .¶¶. 1 boa sorte
. . . . . . . ¶¶. 1 parabéns
. . . . . . . ¶¶. Ou até mesmo
. . . . .. .¶¶. Apenas um Oi!
E todo meu carinho e amizade
Beijos e abraços, da kalinka.
"Vivemos uma época de tão grande desenvolvimento científico e tecnológico e a irracionalidade continua a dirigir o mundo!"
Nestas simples palavras conseguiram mostrar que ainda há quem se deixe levar pelos pensamentos de outros. Eu sou a favor da vida humana desde da sua concepção até ao nascimento. Se realmente há crianças que só vêm sofrer também vêm para nos trazer um pouco de alegria.
Obrigado pelas palavras que deixaste no meu blog e espero que continuem a visitá-lo.
Um beijo e boa semana
Sempre tão actuais os vossos posts! Este dá que pensar...Nesta altura, que todos o façam com plena consciência e que ajam segundo a mesma e não influenciados por esta ou aquela corrente.
Obrigada pelas palavras liiindas, que me deixam sempre rendida!
Um beijo amigo.
É sem dúvida um assunto muito melindroso o da despenalização da interrupção da gravidez. Penso eu que, o ideal era não existirem abortos mas como são um facto há que não fazer de conta que não existem. Penso eu que, têm de ser as mulheres e homens a pensar e decidir o que lhes vai na alma e no pensamento, quanto a abortar como a votar, cada um/uns que decidam em consciência. Como sou uma pessoa franca e directa vos digo; ainda não percebi esse fervoroso desdém pela religião cristã. Há tantas religiões no mundo por quê a cristã? Lá terão as vossas razões e como não as conheço, não discuto! Dizem que somos influenciados e manipulados por governos e grupos exteriores ao nosso próprio pensamento, e isso é verdade, não aqui mas em todo o mundo,na nossa rua, na nossa cidade, etc, que fazer então? Não vivemos todos "juntos" e não nos influenciamos uns aos outros? Claro que temos de fazer muito para melhorarmos a qualidade, a liberdade de vida, mas sem regras sensatas isto seria o caos. Se isto ou aquilo para mim é sensato para o meu vizinho pode não ser, e então, cada um fazia as coisas à sua maneira julgando que estávamos a ser sensatos, elevando isto à cidade e ao país seria muito bonito. Se pegar no carro e conduzir à minha maneira pensando que estou a ser sensato, sem cumprir no mínimo as regras de trânsito estabelecidas para todos, olhem só o pandemónio! Quanto às regras de colégios e escolas particulares ou não, elas são claras na altura da ingressão, depois cabe a cada um escolher. E nos dias de hoje já não conheço imposições sobre que religião se há-de seguir. Nos meus anos de estudante era obrigatório a disciplina de moral e religião, EU RARAMENTE APARECIA! Como as regras de levantar aquando da chegado do prof, ou silêncio nas filas de entrada, ou proibição andar nos corredores durante as aulas, isto no meu tempo já não se fazia, e HOJE é de todo um grande engano! Devo dizer-vos que li e gostei deste texto e temas de reflexão, concordo com muito do que escreveram mas discordo com outro tanto, é a minha opinião de pessoa livre. Vou votar SIM pela despenalização da interrupção da gravidez, os abortos existem e se forem feitos com segurança e higíene é bem melhor do que até agora acontecia. Beijo e abraço.
Meu caro Carlos (in loko), a sensatez consiste em seguirmos todos as regras que nos são racionalmente uteis a todos e as primeiras dessas regras são as que naturalmente nascem connosco e nos são comuns. Não existe desdém fervoroso contra a religião cristã: ele existe contra todas as religiões que conhecemos. Se a cristã parece ser a mais visada é apenas porque é aquela que faz parte da nossa cultura, sendo por isso a que mais directamente nos influencia. Quanto às razões desse «desdém», basta estudarmos a História e aprofundarmos os nossos conhecimentos de Psicologia.
Concordo contigo em absoluto quando dizes que o melhor seria não haver abortos e, tal como tu, e muito bem, não parto daí para concluir que devam ser de todo e intransigentemente interditos.
Obrigado pelo teu comentário!
Um abraço
Luis
Estão no vosso direito interromper a publicação dos capítulos do vosso romance.
Quanto ao post (demasiado grande) contém aspectos importantes do nosso quotidiano.
Uma boa semana para vocês.
Beijinhos para a Isa.
Um abraço para o Luís.
Caros Luis e Isa
Excelente reflxão que não se me dá de subscrever. Aprveito para acrescentar mais ums reflexõezinhas da minha parte.
Há dias ouvi na televisão (por falta de tempo para ver, limito-me a ouvir) que alguns médicos se recusam a levar a cabo abortos nos hospitais públicos. Será que esses médicos são apenas contra a despenalização do aborto por questões de consciência? Ou será antes porque, às ocultas, são donos, directores ou simplesmente executam abortos em clinicas clandestinas, cobrando por eles fortunas, e levando-os a cabo, muitas vezes em condições de muito má qualidade para as pobres mulheres a quem a sociedade condena, e que acabam depois por ir parar aos hospitais públicos para serem tratadas das consequências dos abortos mal feitos?
É que assim, ganham, alguns, a dois carrinhos. Na privada para fazer abortos e no público para tratarem das consequências.
Felizmente não tive nunca de me submeter a um aborto, mas já tive amigas para quem, com grande desgosto foi a última ratio. E a quem acompanhei e apoei. E que, em consequência de abortos mal feitos ficaram estéreis, e mesmo uma, num caso, acabou por falecer.
Vamos condenar estas mulheres e deixar impunes quem, à sua custa, da sua saúde reprodutiva, da sua boa fé, vai enchendo os bolsos? Vai gozando a vida em pleno sem remorsos?
Não podemos ficar indiferentes no dia 11.
Nós mulheres, vós mães, temos que tomar posição. E não se diga que a mulher tem direito a escolher quando quer ser mãe! Não se trata disso. Trata-se, na maior parte das vezes de situações quem que o aborto se deve às precárias situações económicas, ou mesmo, por imposição do companheiro, marido ou pai, se acaso são solteiras. Não é a mulher que é livre de escolher o aborto. O aborto é-lhes "imposto" pelas circunstâncias.
Por quem depois as vem condenar em público.
Se houver uma família em que nunca, ninguem da família, tenha sido vítima de um aborto, que atire a primeira pedra.
Ou seja, que no dia 11 vote não.
Desculpem o tamanho do comentário, mas o tema mexe comigo pelo que já presenciei e pela amiga que perdi aos 24 anos.
Manuela Rodrigues
Excelente achega, amiga! Podias ter dito mais coisas ainda, ocupando todo o espaço que te aprouvesse.
Também não conseguimos dizer tudo, no longo texto que elaborámos, e muito mais haveria para dizer.
Não me admira nada que o que tu referes sobre alguns médicos possa ser verdade.
Votar contra a despenalização é permitir que muitos dramas humanos estejam ainda para surgir.
Melhor seria não ser necessário mulher alguma jamais precisar de chegar a esse ponto e, como muito bem dizes, pelo menos na maioria das que o fazem, não é por escolha livre.
Um beijo
Luis
Concordo contigo Luis quando dizes que as regras sensatas da vida social, familiar, profissional, etc, são as que nos favorecem e orientam dia a dia. São racionais, estudadas, e úteis para todos. Seria bom que muita boa gente soubesse perceber isto, infelizmente não percebem!As regras que nascem, por natureza connosco, é que são mais difíceis de adaptação ao mundo frenético e interesseiro em que vivemos. Por mais que nos custe e revolte temos de as ir modificando e adaptando ao meio ambiente em que vivemos, senão adoecemos! Ao reler o meu comentário anterior esqueci-me de salientar que não concordo com a maioria daquelas regras daquele/s colégio/s e que são cópias das escolas públicas. E que são letra morta, estão no papel para intimidar e disciplinar mas na grossa maioria ninguém as cumpre! E vamos lá votar pelo SIM pela despenalização, as mulheres são as que mais sofrem com os abortos, de criminosas não têm nada! Abraço.
Meu bom amigo Luis e Isa, não podia estar em maior desacordo contigo como neste post que aqui publicas, só fala isso da igreja quem não a frequenta, eu sou católica praticante convicta acredito na vida e como disse Deus " Não matarás" um aborto é um acto criminoso, a mulher tem mil e uma forma para não engravidar, o que quer ela, que lhe vá meter a pílula na boca, ou se n/ tomou precauções o que quer que lhe vá comprar a pílula do dia seguinte!Quem paga sobre a irresponsabilidade da mulher, é o infeliz e indefeso bebé, que n/ pediu para ser gerado, e vai ser esventrado sugado com a complacência de todos nós eu digo não e não é morte de um inocente. Sempre fui contra o aborto, porque sempre achei que era um projecto de um seu humano em formação, mas hoje o suficiente esclarecida como tu podes ficar de pois de visitares este site: http://apfn.com.pt/documentario/a partir do que aqui vi fiquei chocada e horrorizada com a falta de humanidade do homem e a falta de respeito pela sua própria espécie eu digo não e não, por a vida tem muito valor. Sou e serei sempre contra a pena de morte seja ela a de um assassino como a de um pobre inocente que não pediu para ser gerado. Se me disseres que deviam ajudar as mulheres que engravidam, sem ser no melhor momento, sim necessitam de ser ajudadas e estou plenamente de acordo, não existem mulheres presas por causa do aborto existem sim mulheres presas á consciência delas pesada por saber que cometeram um acto criminoso. Disse-me um amigo ora o que os olhos não vê o coração não sente...Que grande hipocrisia, o mesmo amigo me disse que bebé! disse-me ele: o feto queres tu dizer, só que feto é uma palavra latina que quer dizer descendente. Existem muitos métodos para não ficar grávida até a pílula do dia seguinte, matar nunca. E em relação á igreja não podes estar mais errado eles defendem a vida assim como eu estás a falar da igreja do antigamente do tempo da inquisição...Tenho a dizer-te a igreja é um local de paz compreensão e amor! Existes bons e maus padres como em todos as profissões no mundo, nunca te esqueças que um padre é um homem como tu, com todos os seus defeitos e virtudes...Se nunca erraste atira-lhe a primeira pedra.
Um grande beijo e pensa bem no que vais fazer, cairá sobre ti e todos os que apoiam a morte de vidas em gestão o choro delas por não terem tido oportunidade de nascer e vir conhecer o mundo que tu conheces. Um beijo Não assines a pena de morte de ninguém.
Mas onde é que dissemos que defendíamos o aborto?
Parece-nos que deixámos bem claro que o que defendemos é que não temos o direito de impor a nossa opinião a ninguém.
Parece-nos também que, no fundo, estamos todos de acordo em que praticar um aborto não é coisa boa.
Mas quem é obrigado(a), numa qualquer altura da sua vida e por fortes motivos (físicos, psicológicos, económicos ou sociais), a partir do momento em que os meios contraceptivos falharam, a recorrer ao aborto, dentro de limites legais previamente estabelecidos para o tempo de gestação, deve ter o direito de o fazer sem ser penalizado por isso. Desejar em substituição que a sociedade apoie as grávidas necessitadas, será sempre uma utopia irrealizável de todo, dentro do sistema económico que temos.
Não nos compete a nós julgar se os motivos pelos quais alguém praticou um aborto são válidos ou não.
Dizer que abortar é praticar um crime, significa que partimos do princípio de que um feto com poucas semanas de vida é um ser humano, mesmo em potência; porque a isso responderemos com igual precisão científica que um espermatozóide ou um óvulo, também são seres humanos em potência.
O momento a partir do qual se pode definir com rigor um ser humano, não está estabelecido e, provavelmente nunca o estará. Então não façamos dum preconceito motivo de lei para impor a todos um comportamento que na prática nunca existirá. Sabemos que quem escolhe abortar, o escolhe, muitas vezes, como um mal menor, em que a alternativa lhe seria insuportável.
Abstemo-nos de tentar provar a validade da nossa posição usando exemplos emotivos, ou fotografias em sites mais ou menos tendenciosos. Sejamos apenas racionais!
À emoção-peninha pelos fetos, contrapõe-se a emoção-pena pelas grávidas que morrem em abortos praticados sem condições. Qual delas vale mais?
Ou acharemos bem que elas morram porque praticaram um crime e merecem pagar por ele com a própria vida!
Não assines a pena de morte para as mulheres que praticam abortos!
Quanto à igreja, repetimos, ela sabe porque faz o que faz e diz o que diz. A verdade sobre a igreja está nas crianças.
Comparemos duas crianças educadas de modo diferente:
Uma deixada crescer em liberdade, orientando-a para a vida, sem imposições nem regras externas, respeitando as suas tendências naturais tal como Deus a criou.
Outra educada sob a influencia da igreja.
No fim saberemos com clareza qual delas é mais feliz, mais capaz de dar e de se dar com alegria, sociável e de quem todos gostam, porque a vida genuína é decente, sabe comportar-se e não necessita de regras externas.
É esta vida que nós defendemos e não a nossa vidinha burguesa medíocre que não tem a certeza se deve despenalizar o aborto, passa o tempo a sonhar que lhe saia o euro milhões, e para a qual as nossas ideias sobre educação e o nosso sistema educativo as orientam, tornando-as escravas de si mesmas e dos outros.
Devemos ser das poucas pessoas que detestam assumir o papel de ditadores.
O que quer que pensemos a respeito de alguma coisa, jamais ousaríamos defender uma lei que penalizasse quem pensasse em sentido oposto a respeito do mesmo assunto!
Luis
Luis não existem mulheres presas por praticar aborto há mais de 30 anos!...O sim é tendencioso, porque não é sim para despenalizar, porque se fosse para despenalizar as mulheres eu também votaria sim porque n/ concordo com a prisão das mulheres, mas não existem mulheres presas desde há muitos anos, elas as mulheres que praticam o aborto precisam é de apoio, pois elas estão consciêntes que destruiram um vida em desenvolvimento. O sim é sim ao aborto assim como o não é não ao aborto e nada mais ok. bjs
Luis não existem mulheres presas por praticar aborto há mais de 30 anos!...O sim é tendencioso, porque não é sim para despenalizar, porque se fosse para despenalizar as mulheres eu também votaria sim porque n/ concordo com a prisão das mulheres, mas não existem mulheres presas desde há muitos anos, elas as mulheres que praticam o aborto precisam é de apoio, pois elas estão consciêntes que destruiram um vida em desenvolvimento. O sim é sim ao aborto assim como o não é não ao aborto e nada mais ok. bjs
Peço desculpa pelo duplo comentário anterior, que foram publicados sem que ainda tivesse terminado, mas nem sempre o funcionamento do blogger é aquele que se desejaria.
A verdade é que, no plano dos princípios, a extensão do raciocínio "não nos compete julgar quem cometeu um aborto" poderia permitir-nos dizer "não nos compete julgar quem cometeu um assassinio, ou quem roubou, ou quem violou" ou similar. Porque não o fazemos? Não o fazemos porque há um conjunto de valores que as sociedades organizadas respeitam e, entre eles, encontram-se o do respeito pela integridade fisica e pela vida de outras pessoas, ou pela propriedade dessas pessoas. Entre os valores que importa defender, em minha opinião, encontra-se o da vida. É por isso que não me parece que devamos legalizar o aborto, tal como não devemos ter pena de morte. Trata-se do mesmo valor, fundamental, em minha opinião e luto, argumento, opino, em defesa desse valor fundamental.
Não se trata de jogar com as emoções e nem todas as fotos são de sites manhosos. Tenho no meu blog vídeos da National Geographic Society, que é uma organização de respeitabilidade insuspeita. A emoção e razão andam de braço dado e quem sente e vive com princípios deve defendê-los com convicção, desde que use argumentos intelectualmente honestos.
Não percebo o apelo à racionalidade. Não uso argumentos não racionais na minha defesa da vida, que defendo em todas as circunstâncias, não apenas naqueles em que me é conveniente, como alguns fazem. Acho delicioso o argumento da vidinha burguesa. Quem senão a burguesia, bem instalada na vida, acha inconveniente ter mais um filho? Os pobres não, para horror das classes superiores!
Vou-me voluntariamente abster de responder à questão sobre a igreja, porque o referendo não é sobre a igreja católica, nem os valores que defendo, apesar de serem também defendidos pela igreja, são dela exclusivo. É pobre, isso sim, esgrimir contra a igreja, como argumento pró liberalização. Se esses são os argumentos...
Acho deliciosa, também, a comparação entre as duas crianças. É outro argumento de inegável carácter científico e nada parcial, claro.
Ora, pode discutir-se tudo, vamos é restringir a discussão a argumentos razoáveis e não a estorias da carochinha, sem qualquer fundamento e suporte factual. Doutro modo, a causa defendida sai empobrecida pelos argumentos usados na respectiva defesa.
Passei para desejar uma optima semana e deixar o meu carinho. Bjs
Minha cara Adryka, desculpamos-te de tudo na condição de nos mostrares, de modo inequivoco e claro, que a vida começa no momento da fecundação, como parece ser tua convicção. Penso que a honestidade intelectual de que fazes alarde não nos irá deixar ficar mal, caso contrário tornar-nos-emos cúmplices de crimes no acto da votação.
Os nossos antecipados agradecimentos pela salvação das nossas almas!
Um beijo
Sinceramente e sem ironia, Luis.
PS <> Mas se por acaso não conseguires, perdoar-te-emos de igual modo porque não somos de guardar rancor.
Olá meus queridos amigos! Fiquei maravilhada com vosso texto. Incisivo, oportuno e brilhante...o k posso dizer mais. Eu sou a favor da vida, assim deixei escrito à minha maneira no meu blog Storm
http://thingsofthesoul.blogs.sapo.pt/
mas ñ critico ninguém nem julgo aqueles k diferem da minha opinião. Apenas vos agradeço por tão belo e elucidativo testemunho da nossa "sociedade" hípócrita. Um grande beijinho e bom resto de semana.
Olá,
Que posso eu dizer se os meus olhos não falam!
Transmitem emoções, a essa beleza inconfundível
Que as palavras me transmitem
Aqui estou eu para te dar o meu gesto de carinho
Soberbo...
Conceição Bernardino
Olá queridos amigos Luis e Isa...Deixo aqui um grande beijinho a ambos e continuem assim com esse conto magnifico.
Estou do vosso lado a dar muita força.
Beijocas
Ola meus kidos amigos,
seja qual for o tema vocês escrevem, simplesmente fabuloso!
A minha opinião é diferente da vossa, mas eu respeito-a. É um tema muito complexo e cabe a cada um decidir segundo aquilo em que acredita.
Parabéns mais uma vez pelo post!
Bjhs e bom fds
Aqueles que estão seguros de que a vida humana se inicia no momento da fecundação, definindo-se fecundação como a combinação de um óvulo com um espermatozóide, não estaremos longe da verdade se acreditarmos que são, na maioria, cristãos convictos, seguidores da doutrina da igreja católica romana e crentes nos seus dogmas.
Lamentamos não possuir aquela segurança, porque é mais fácil viver de acordo com certezas do que na dúvida de pesquisas incessantes e deduções cansativas e intermináveis.
Pois para esses um raciocínio simples talvez comece a colocar também algumas dúvidas nos seus espíritos, e ele é o seguinte:
Maria, mãe de Jesus, concebeu virgem. Partindo do princípio de que a afirmação anterior é verdadeira, pelo menos para uma mulher e para o seu filho, históricos, a vida humana começou num óvulo e, se aconteceu com uma, nada nos impede de acreditar que possa ter acontecido e que aconteça com outras mulheres. Então aqui, notoriamente, a vida começa no óvulo (Em algumas outras espécies isso acontece). Se assim é, qualquer raspagem intra-uterina deveria ser considerada criminosa, por ser um atentado contra uma vida humana.
O mesmo se diria, por coerência, a propósito do desperdício deliberado de espermatozóides.
Infelizmente só temos notícia histórica de uma concepção naqueles moldes. E quanto a concepções a partir de espermatozóides, não existe registo histórico de qualquer ocorrência.
Histórias da carochinha? Também achamos que sim. Mas elas mostram-nos que, ou somos coerentes nas nossas crenças ou o melhor será não aceitarmos verdades apriorísticas da razão, porque simplesmente acreditar, nunca foi critério seguro da verdade.
É certo que a definição de inicio da vida tem de ser estabelecida à priori para ser seguida por todos, e não deixada ao critério de cada um, numa sociedade «altamente organizada».
Então, se não podemos ter a certeza de nada, estabeleçamos um princípio que o bom senso nos diga que é o melhor para todos e não apenas para alguns, porque, no fundo, é exactamente disso que se trata. E, quando falamos de todos não estamos a incluir óvulos, nem espermatozóides, nem ovos.
A defesa da vida vai muito para além de defender o desenvolvimento de um ovo no interior de um útero:
Ela passa por respeitarmos em cada bebé que nasce, a sua espontaneidade natural.
Ela passa por respeitarmos os direitos naturais das crianças e isso significa que não somos donos delas, que são seres livres e que não temos o DIREITO de lhes impormos regras contrárias à sua natureza. Porque essa natureza é deus e estaremos a assassinar deus se o fizermos.
Ela passa também por assegurarmos a todas as crianças uma vida em que não lhes falte a satisfação das suas necessidades mais básicas de sobrevivência.
Ela passa por proporcionarmos às crianças um meio em que possam crescer felizes no exercício de todas as suas tendências e necessidades naturais.
Assim, e que nos perdoem os que o fazem sabendo fazê-lo, lamentamos concluir que não conhecemos ninguém, nem nenhuma instituição (excepto talvez a escola de Summerhill, na Inglaterra) que respeite a vida humana.
Nunca uma sociedade capitalista dará a todas as mulheres as condições necessárias para poderem levar até ao fim uma gravidez bem sucedida, por razões óbvias.
Isa e Luis, gostei da vossa escolha para reflexão! Os meus sinceros parabéns pela bonita escolha do "Profeta" de GIBRAN KAHLIL GIBRAN.Beijinho.
Adorei a vossa reflexão e opinião, que é tão válida como todas as outras.
Gostei especialmente das palavras belíssimas do grande Kahlil Gibran!
Beijinhos
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