Virtual Realidade Parte 101
─ Adorei a mãe do Francisco! ─ disse Emília, quando as duas chegaram à residência universitária, depois de o filho de Mariana as ter deixado.
─ Também fiquei bem impressionada com ela. E senti-me tão à vontade! ─ respondeu Rita.
─ Não admira que o Juan se tenha enamorado dela.
─ Espero que tenha gostado de mim.
─ Mais importante é que o filho goste. ─ brincou Emília.
─ Será que a Maria o conhece? Mora por cima dele… ─ perguntou Rita, pensativa, mais para si mesma do que para a amiga, já que a descoberta de que a colega vivia no mesmo prédio não lhe saía da cabeça.
─ É muito natural que, morando no mesmo prédio, já o tenha visto e não lhe tenha passado despercebido.
─ É verdade, agora me lembro: depois daquela última festa, ela falou-me que tinha conhecido um vizinho, que aparecera mais tarde, depois de eu ter saído, que era o homem mais bonito à face da terra (foram estas as palavras dela) e que tinha curtido com ele. ─ recordou-se Rita. ─ terá sido o Francisco?
─ Deve haver mais vizinhos lá no prédio com certeza. ─ respondeu Emília para não a preocupar.
─ E haverá algum tão bonito? O que achas dele?
─ Fisicamente?
─ Sim.
─ É muy guapo, sim. Se eu o tivesse conhecido antes... ─ respondeu Emília a sorrir.
─ E se foi ele mesmo que esteve lá e…?
─ Pergunta-lhe se a conhece, assim como quem não quer nada. Vais ver que tudo se esclarecerá.
─ E se ela estiver interessada nele?
─ Tudo dependerá dele e da confiança que te inspirar. Mas ela não ficará quieta. Até esclareceres isso com ele mantém-te calma e confiante.
─ Eu sinto que posso estar segura dos sentimentos dele para comigo.
─ Então não te preocupes, amiga!
─ Já viste como estive tão perto dele sem saber?
─ É verdade!
─ Não posso deixar de pensar que a Maria o conhece.
Emília ficou calada e pensativa. Conhecia muito bem a arte da Maria, mas não acrescentou mais nada a esse respeito. A seu tempo tudo se saberia.
─ Mesmo que se conheçam, isso não significa que têm algum relacionamento mais íntimo. ─ lembrou Emília. ─ O mais provável é terem-se já cruzado nas escadas ou no elevador e terem trocado os cumprimentos habituais.
─ Tens razão! Cá estaremos para o que der e vier! Agora vou mas é dormir! Foi um dia longo e cheio de emoções.
─ Eu também vou.
Rita foi-se deitar, mas teve muita dificuldade em adormecer. Por um lado, a felicidade que dava mais esperança à sua vida e, por outro lado, o conhecer Maria e saber muito bem do que ela seria capaz se simpatizasse com o Francisco.
Em casa, Juan e Mariana conversavam.
─ O que achaste da amiga do Francisco?
─ A Rita? Gostei dela. É simpática e parece-me boa rapariga. Estou feliz por ele. Será que ela gostou de mim?
─ Mariana, alguém seria capaz de se atrever a não gostar de ti?
─ Obrigada, amor! Isso és tu, os teus olhos que dizem; mas não te esqueças que as outras pessoas não me vêem com os mesmos olhos…
─ Estás enganada minha querida! Eu fui absolutamente objectivo e sei o que digo.
─ Toma! ─ disse Mariana, beijando-o.
Estavam abraçados quando Francisco regressou de levar as duas raparigas à residência.
─ Olá filhote!
─ As meninas ficaram bem? ─ perguntou Juan.
─ Olá, mamã. Ficaram! Claro que sim. ─ respondeu a sorrir.
─ O meu filho tem bom gosto! ─ disse Mariana, falando para o Juan de modo que o filho ouvisse também.
─ Ele é arquitecto, tem de ter! ─ respondeu Juan a sorrir ─ Mas a Emília também é bem bonita.
Mariana olhou para ele de soslaio, sentindo uma pontinha de ciúme.
─ Não te preocupes que é de ti que eu gosto, tontinha! ─ exclamou Juan, apercebendo-se da reacção dela.
─ Mas tu sais muito com ela!
─ Antes saía, agora não! E de qualquer modo sempre como amigos. Já te disse que não houve nem há nada entre mim e ela. ─ Virando-se para o amigo: ─ Não a achas bonita?
─ Sim, é linda. Uma beleza muito sul-americana. Parece-me possuir traços incas, principalmente o cabelo, mas também com bastante de latina. Não foram os Incas que estiveram na Argentina? ─ perguntou a Juan.
─ Foram. Sim, ela tem semelhanças com os indígenas argentinos.
─ Que achaste da Rita? ─ perguntou à mãe.
─ Bonita, inteligente e muito simpática.
─ Então gostaste dela?
─ Claro que sim filhote!
─ Assim posso dormir tranquilo. Então, se me permitem, vou-me deitar. O dia foi longo e cheio de emoções.
Francisco beijou a mãe, despediu-se do amigo e retirou-se para o quarto.
─ Estou feliz por mim e pelo meu filho!
─ E eu adoro ver-te feliz!
─ Vamo-nos deitar também? ─ perguntou ela.
─ Vamos?!
─ Sim, vem comigo.
Mariana levou Juan pela mão para o quarto, despiram-se, deitaram-se na cama e, nos braços um do outro, foram arrebatados pela felicidade que, sem necessitar de autorização, se apoderou de ambos numa onda poderosa e incontrolável.
Francisco deitou-se a pensar que havia pequenos mundos perfeitos, como ilhas perdidas, disseminadas na imperfeição do mundo. A cada um de nós caberia uma dessas ilhas, mas só alguns teriam a capacidade e a sorte de a descobrir. E eram tão voláteis que num dia existiam e no outro poderiam ter desaparecido, umas vezes para sempre, outras para serem reencontradas mais tarde e perdidas outra vez ou mantidas por muito tempo. Sentia que tinha sido capaz de encontrar a sua e que a sorte o havia ajudado bastante. Entre a partida e a chegada, o rumo da nossa vida tem tanto de aleatório como de traçado pela vontade.
Rita era o culminar daquilo que, por tanto tempo, havia sonhado para a sua vida.
─ Também fiquei bem impressionada com ela. E senti-me tão à vontade! ─ respondeu Rita.
─ Não admira que o Juan se tenha enamorado dela.
─ Espero que tenha gostado de mim.
─ Mais importante é que o filho goste. ─ brincou Emília.
─ Será que a Maria o conhece? Mora por cima dele… ─ perguntou Rita, pensativa, mais para si mesma do que para a amiga, já que a descoberta de que a colega vivia no mesmo prédio não lhe saía da cabeça.
─ É muito natural que, morando no mesmo prédio, já o tenha visto e não lhe tenha passado despercebido.
─ É verdade, agora me lembro: depois daquela última festa, ela falou-me que tinha conhecido um vizinho, que aparecera mais tarde, depois de eu ter saído, que era o homem mais bonito à face da terra (foram estas as palavras dela) e que tinha curtido com ele. ─ recordou-se Rita. ─ terá sido o Francisco?
─ Deve haver mais vizinhos lá no prédio com certeza. ─ respondeu Emília para não a preocupar.
─ E haverá algum tão bonito? O que achas dele?
─ Fisicamente?
─ Sim.
─ É muy guapo, sim. Se eu o tivesse conhecido antes... ─ respondeu Emília a sorrir.
─ E se foi ele mesmo que esteve lá e…?
─ Pergunta-lhe se a conhece, assim como quem não quer nada. Vais ver que tudo se esclarecerá.
─ E se ela estiver interessada nele?
─ Tudo dependerá dele e da confiança que te inspirar. Mas ela não ficará quieta. Até esclareceres isso com ele mantém-te calma e confiante.
─ Eu sinto que posso estar segura dos sentimentos dele para comigo.
─ Então não te preocupes, amiga!
─ Já viste como estive tão perto dele sem saber?
─ É verdade!
─ Não posso deixar de pensar que a Maria o conhece.
Emília ficou calada e pensativa. Conhecia muito bem a arte da Maria, mas não acrescentou mais nada a esse respeito. A seu tempo tudo se saberia.
─ Mesmo que se conheçam, isso não significa que têm algum relacionamento mais íntimo. ─ lembrou Emília. ─ O mais provável é terem-se já cruzado nas escadas ou no elevador e terem trocado os cumprimentos habituais.
─ Tens razão! Cá estaremos para o que der e vier! Agora vou mas é dormir! Foi um dia longo e cheio de emoções.
─ Eu também vou.
Rita foi-se deitar, mas teve muita dificuldade em adormecer. Por um lado, a felicidade que dava mais esperança à sua vida e, por outro lado, o conhecer Maria e saber muito bem do que ela seria capaz se simpatizasse com o Francisco.
Em casa, Juan e Mariana conversavam.
─ O que achaste da amiga do Francisco?
─ A Rita? Gostei dela. É simpática e parece-me boa rapariga. Estou feliz por ele. Será que ela gostou de mim?
─ Mariana, alguém seria capaz de se atrever a não gostar de ti?
─ Obrigada, amor! Isso és tu, os teus olhos que dizem; mas não te esqueças que as outras pessoas não me vêem com os mesmos olhos…
─ Estás enganada minha querida! Eu fui absolutamente objectivo e sei o que digo.
─ Toma! ─ disse Mariana, beijando-o.
Estavam abraçados quando Francisco regressou de levar as duas raparigas à residência.
─ Olá filhote!
─ As meninas ficaram bem? ─ perguntou Juan.
─ Olá, mamã. Ficaram! Claro que sim. ─ respondeu a sorrir.
─ O meu filho tem bom gosto! ─ disse Mariana, falando para o Juan de modo que o filho ouvisse também.
─ Ele é arquitecto, tem de ter! ─ respondeu Juan a sorrir ─ Mas a Emília também é bem bonita.
Mariana olhou para ele de soslaio, sentindo uma pontinha de ciúme.
─ Não te preocupes que é de ti que eu gosto, tontinha! ─ exclamou Juan, apercebendo-se da reacção dela.
─ Mas tu sais muito com ela!
─ Antes saía, agora não! E de qualquer modo sempre como amigos. Já te disse que não houve nem há nada entre mim e ela. ─ Virando-se para o amigo: ─ Não a achas bonita?
─ Sim, é linda. Uma beleza muito sul-americana. Parece-me possuir traços incas, principalmente o cabelo, mas também com bastante de latina. Não foram os Incas que estiveram na Argentina? ─ perguntou a Juan.
─ Foram. Sim, ela tem semelhanças com os indígenas argentinos.
─ Que achaste da Rita? ─ perguntou à mãe.
─ Bonita, inteligente e muito simpática.
─ Então gostaste dela?
─ Claro que sim filhote!
─ Assim posso dormir tranquilo. Então, se me permitem, vou-me deitar. O dia foi longo e cheio de emoções.
Francisco beijou a mãe, despediu-se do amigo e retirou-se para o quarto.
─ Estou feliz por mim e pelo meu filho!
─ E eu adoro ver-te feliz!
─ Vamo-nos deitar também? ─ perguntou ela.
─ Vamos?!
─ Sim, vem comigo.
Mariana levou Juan pela mão para o quarto, despiram-se, deitaram-se na cama e, nos braços um do outro, foram arrebatados pela felicidade que, sem necessitar de autorização, se apoderou de ambos numa onda poderosa e incontrolável.
Francisco deitou-se a pensar que havia pequenos mundos perfeitos, como ilhas perdidas, disseminadas na imperfeição do mundo. A cada um de nós caberia uma dessas ilhas, mas só alguns teriam a capacidade e a sorte de a descobrir. E eram tão voláteis que num dia existiam e no outro poderiam ter desaparecido, umas vezes para sempre, outras para serem reencontradas mais tarde e perdidas outra vez ou mantidas por muito tempo. Sentia que tinha sido capaz de encontrar a sua e que a sorte o havia ajudado bastante. Entre a partida e a chegada, o rumo da nossa vida tem tanto de aleatório como de traçado pela vontade.
Rita era o culminar daquilo que, por tanto tempo, havia sonhado para a sua vida.
Continua...
18 Comments:
Gostei da analogia das ilhas... no fundo todos nós procuramos uma onde aportar
Continuo a ler e a gostar.
Bfds, beijinhos e abraços.
Chegou ao fim mais uma semana marcada pelo cansaço e pela ausência na net…
Sinto saudades dos espaços que normalmente visito e das pessoas
Hoje uma breve passagem apenas
ღღ ¸..´para desejar¸..*´¨)*´¨)
¸.•´¸.•*´¨)um ღ ¸.•*¨)
(¸.•´ ღღ (¸.•` ღღ Bom fim de Semana* ღღ
¸.•*¨)
(¸.•´ ღ (¸.•*´¨¨*Beijinhos*´¨¨*•.¸ღ .•*¨)
Deixo aqui para vocês um bom fim de semana.
Bjnhs
Para ti Isa.
E um abraço para o lUIS.
zEZINHOmOTA
Meus Queridos:
Depois de umas longas férias e de uma longa e maravilhosa viagem com os olhos ainda rasos de estrada vim pôr a leitura em dia.
Tanto tive que ler! Tanto capítulo atrasado e a cada um a vontade de ler o seguinte. Já tinha saudades de Eduardo, a minha personagem favorita... Parabéns!
Beijinhos
olá amigos. Depois de umas ferias merecidas vim visitar o vosso cantinho. Hoje, uma leitura mais demorada, pois tinha alguns capitulos em falta.
Continuem.
Beijos
soli
Deixo aqui um kiss... portem-se ... mal
kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss kiss...
Espero que a felicidade esteja para durar tanto para a mãe como para o filho:)
Boa semana
Beijokas 1000
P.S-A foto era do Mosteiro de Alcobaça;)
Olá!
Realmente a vossa saga é uma fonte inesgotável de surpresas e a cada capítulo, há sempre pequenas lições que se aprendem , resultado das vivências e experiências dos seus personagens.
Penso que toda esta trama daria um livro muito, mas muito bom, mesmo... pensem nisso!
Beijinhos para ambos
Não sei se repararam na V/ visita ao "Beja" mas no post do dia 30 de Agosto foi-lhes conferido um Certificado...
Abraços
A felicidade é o que todos procuramos e esperamos encontrar.
Beijinho terno para os padrinhos mais fofos da net
A felicidade, é a coisa que mais procuramos será que a encontraremos algum dia. Esperos que pelo menos aqui ela apareça porque ao vivo é mais difícil. Beijinhos
Há já tanto tempo que não venho aqui que perdi o fio à meada...Prometo arranjar um tempo para ler tudo do princípio ao fim.
Isa Querida,
..venho deixar-te um beijinho..Grandeeeeeeeeeeeeeeeee!
É bem verdade a vida é tão aleatória que quando menos se espera lá aparecem os imprevistos cheios de rasteiras. E por falar em rasteiras a Rita tem de ter "milhentos" cuidados com Maria, esta fulaninha num é de confiança rs. Continua denso este "caderno de histórias"... denso e bom!
Beijinho e abraço...
As inseguranças de quem ama...muito bom o texto, como sempre.
Como foi bom ler de novo o vosso comentário no Barlavento!
Abraços,com votos de bom fim de semana.
Depois de umas férias prolongadas estou de regresso!
Já tinha perdido um pouco o "fio à meada" mas parece que já estou dentro da história novamente!
Beijinhos
(E que tal esta história num livro?)
olá amigos,
Quero deixar um grande abraço.
A minha leitura deste romance, não está em dia... como a isa, já me conhece, não gosto de comentar o que não leio.
Assim, logo que vier o outono, a chuva, as insónias... lol, retomarei a leitura, para acompanhar todos os personagens que entraram de novo.
Muitos beijinhos, Isa.
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