Virtual Realidade Parte 50
Enquanto as duas novas amigas trocavam os contactos Luísa passava os olhos pelos anúncios afixados no quadro da parede. Um deles despertou-lhe a curiosidade e começou a ler:
Consciente de ello, la Universidad de Pamplona ha desarrollado contactos con otras instituciones internacionales mediante el establecimiento de convenios de colaboración en el ámbito académico, docente e investigativo. En tal sentido, las iniciativas han dado lugar, en el marco de un proceso de internacionalización, a la formación de redes de cooperación de carácter multilateral. Con países de Europa, América del Norte y Sur América, se han establecido políticas de cooperación internacional que conducen a una más estrecha colaboración entre los responsables de las mismas. Las relaciones que se mantienen con universidades en España, Suiza, Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Argentina y Brasil, entre otros, han llevado a nuestros profesores a participar con ponencias en seminarios y congresos internacionales, además, han abierto sus puertas para que cursen estudios de posgrado.
Luísa estava a ficar preocupada com a demora de Rita. Havia hora e meia que tinha entrado por aquela porta… Por fim Rita apareceu.
─ Desculpa a demora mãezinha, mas tive que preencher vários papéis.
─ Não te preocupes! Viemos cá para fazer o que fosse preciso e demorar o tempo necessário. Correu tudo bem?
─ Tudo. Sabes, conheci uma rapariga portuguesa e trocámos contactos; pareceu-me muito simpática. Daqui a dois dias já poderei ir para a residência. Livra que foi por um triz que escapei de ser praxada, mas amanhã certamente não escaparei.
─ Foi bom teres conhecido essa moça! Uma compatriota num país desconhecido, é sempre bom. Fico mais descansada.
─ Mãezinha, isso não quer dizer nada: nem sempre os que são da mesma nacionalidade são os mais sinceros e de mais confiança.
─ Pois não filhota, mas talvez tenhas sorte. E agora vamos dar um passeio? ─ Perguntou Luísa.
A noite ainda não tinha caído quando regressaram ao hotel.
Os dias seguintes foram agitados para Rita que não escapou das praxes universitárias. Nada de difícil nem de humilhante. Aceitou tudo com espírito desportivo tendo colaborado em todas as brincadeiras. Quando a mãe a viu aparecer toda pintada, qual guerreira índia, desatou a rir e disse:
─ Ah, ah! Que bonita que estás, tu que odeias pinturas…! Espera, não laves a cara. Quero tirar-te uma foto. Será uma recordação. Há momentos que ficarão para sempre marcados na nossa vida. Um dia vais querer recordar, mesmo que agora não aches muita graça agora.
─ Está bem mãezinha!
Os dias passaram mais depressa do que mãe e filha desejavam. Rita ia para a residência e Luísa voltava a Portugal, desta vez de avião. Iria de autocarro até Bilbao onde apanharia o avião para Lisboa.
De malas prontas deixaram o hotel e apanharam um táxi, que levaria a Rita à universidade, e Luísa à paragem do autocarro para Bilbao.
Ainda no quarto mãe e filha com os olhos rasos de lágrimas abraçaram-se, recomendando uma à outra que procurassem ser felizes.
Luísa naquele momento abraçada à filha, recordou-se de que havia uns pares de anos também ela se tinha despedido da mãe e da avó no aeroporto de Lisboa. Ia para o Estados Unidos a convite dos tios maternos para ser babysister de um primito que tinha um ano. A mãe deu-lhe um beijo e recomendou-lhe que se portasse bem, fosse amiga dos tios e não fizesse nada que os envergonhasse. A avó apenas disse:
─ Vais ser uma grande mulher, minha querida.
E Luísa partiu com 15 anos de idade naquele enorme pássaro que, ao fim de dois anos de desilusão, a trouxe de volta a Portugal.
Rita ia dividir o quarto com mais uma colega, mas ainda não a conhecia.
O táxi parou na residência que ficava nas traseiras da Universidade. Mãe e filha abraçaram-se novamente dizendo ao mesmo tempo “até breve”. Comunicar-se-iam através da Internet.
O táxi rodou depois em direcção à paragem de autocarro prevista para deixar Luísa e foram acenando até deixarem de se ver.
Quando deixaram de se ver Luísa sentiu um aperto no coração: metade dela ficava ali naquela cidade espanhola. Tentou distrair-se olhando a paisagem, mas o seu pensamento estava no olhar límpido de Rita cheia de confiança.
Quando entrou no avião e sentiu a máquina a elevar-se no ar, Luísa pensou que suas vidas seriam diferentes a partir daquele momento.
Quando aterrou no aeroporto da Portela e pôs os pés em terra, Luísa suspirou aliviada; detestava andar de avião. Na sala de espera encontrava-se Cristina à sua espera.
As amigas caíram nos braços uma da outra.
─ Olá amiga querida! Que saudades eu tinha de ti. O tempo nunca mais passava. Tenho novidades para te contar.
─ És uma exagerada! Não passaram assim tantos dias. ─ Diz Luísa com o seu sorriso matreiro. ─ Conta-me todas as novidades já!
─ Primeiro a menina, eu tenho tempo!
A viagem decorreu muito animada: as amigas foram a tagarelar durante todo o trajecto.
─ Sabes que já conheço o teu Eduardo, costumamos falar pelo MSN, eu, o Rui, e ás vezes o Eduardo aparece e junta-se a nós. Acho-o uma pessoa fantástica. Compreendo agora como te deixaste envolver emocionalmente. Vais ter uma grande surpresa brevemente.
─ Parece que sabes mais do que eu! Conta lá!
─ Mas ele não te disse nada?
─ O Eduardo telefonou-me, eu ia caindo de susto. Foi uma grande surpresa. Nunca tínhamos falado ao telefone. Reconheci logo a voz dele, é inconfundível. Diz que tem uma surpresa para mim, mas não me disse qual e tu parece que a conheces já.
─ Se nunca tinham falado ao telefone, como reconheceste a voz dele? O Rui contou-me que ele está verdadeiramente apaixonado por ti.
─ Amiga, esqueceste que através do MSN podemos falar? Nós não temos câmara, mas podemos falar, basta ter micro.
─ Tens razão amiga, ultimamente tenho encontrado mais o Rui ao vivo do que no MSN. Logo que o Victor regresse da Bósnia, irei ter uma conversa muito frontal com ele, quero o divórcio. O meu filho acabou com a namorada e eu gostava tanto da pequena!
A viagem chegou ao fim, e as amigas despediram-se prometendo muito em breve irem beber café.
Chegada a casa, nenhuma novidade se registava a não ser uma mensagem da mãe, a saber se já tinha chegado. Depois de um duche reconfortante, quando abriu a mala para procurar alguma roupa interior, deparou-se com um pequeno presente que a Rita lhe tinha oferecido, quando visitaram Vitória. Pegou nele com carinho e colocou-o na cómoda do seu quarto.
Dormiu repousada e calma, embora sonhando com Rita e Eduardo.
Continua...
24 Comments:
Despois da viagem outras surpresas nos esperam..., espero que ela tenha coragem de falar ao victor... afinal ele não a tem feito muito feliz pois não?
Aproveito para deixar votos de um bom fim de semana
Bjx
Olá Isa e Luis! **
Passei para vos deixar um beijinho e votos de bom fim-de-semana.
Apesar de não poder visitar os amigos com a mesma regularidade de antes, não vos esqueci, nem esquecerei este acolhedor cantinho, assim como a história da Luísa, que continua apaixonante.
Já sabem, sempre que puder, cá estarei presente!
Beijos para ambos. *****
Lu Costa
É tão bom quando sentimos o coração apertado receber surpresas daqueles que nos são mais importantes! Sigo atenta a história que continua optima.
Qt aos pontos cardeais :) não houve confusão nenhuma...Eu sei que o sol nasce a Este ou Leste como queiras, não me referi ao "Norte" como sendo o ponto cardeal onde nasce o sol mas ao nascer do sol que se vê, neste caso concreto fazendo uma clara referência à Galiza, ainda mais a norte do norte de Portugal de onde sou, ao Finisterre Céltico. Claro que até no Norte, o sol nasce a Leste, se calhar não me consegui expressar correctamente, mas era essa ideia de norte que eu queria passar.
E prontus, lá vai começar a aventura da Ritinha em Pamplona... há realmente um grande aperto no peito nestas alturas, mas depressa ultrapassável com novas amigas, o tal simpático que conheceu na viagem, enfim, palpita-me que vai ser uma rapariga bem sucedida nos estudos. A mamãe Luísa agora mais "solta" vai, parece-me, dedicar-se muito mais ao seu amor, ó se vai!!! O vosso espanhol é excelente! Beijo e abraço amigos.
OLÁ ISA E LUÍS
Cá estou de novo, lendo a vossa história...bela como sempre.
Obrigado pelo comentário no kalinka, só tenho a dizer que não é bem assim em relação ao filho Francisco, pois como se costuma dizer: quem está no convento é que sabe o que vai lá dentro!
Mas, continuemos...cheguei de 7 dias em passeio e algum descanso e convido para verem as novidades que trago comigo.
Beijos com carinho.
Cenas de vida virtual que tanto reflectem a vida real...
Situações e sentimentos bem descritos que levam quem lê a visualizar e a sentir também.
Hoje revivi esse apertar de peito que tanto acontce nas nossas vidas.
Muito bem esse castelhano... tona as coisas mais reais.
É um prazer vir aqui e ler-vos.
Só uma pequena nota. Atenção ao texto e a pequenas concordâncias.
Beijinhos
oláaa Isa, olá Luis! :) Hoje parece q fui das primeiras a ler mais uma parte do já nosso "livrinho", q posso eu dizer além de q continuo a adorar? Confesso ter achado este capitulo um pouco parado (isto e ancia de ver o q se vai passar a seguir em relação ao pseudo-romance q encontro no capitulo anterior). Ai as praxes... ainda recordo quando fui praxada mas nao vou falar disso q me dá dor d cabeça rs. Um beijo grande na Isa e outro igual ao Luis :)
OLá Isa e Luis!
Mais uma semaninha se iniciando. Que ela seja de muita paz e alegrias.
Ando meia sumidinha, mas saibam que vocês estão no meu coração. É que às vezes fica tão corrido, espero que me perdoem.
Um beijo carinhoso
Regina
E enquanto for sonhando...
bem, estava difícil deixar o meu comentário.
Como sempre gostei.
A separação da mãe e da filha, o reencontro das amigas.... a descrição faz-nos como que visualizar os momentos.
Espero pela próxima semana.
E já agora uma pergunta.
O vosso conto está a chegar ao seu primeiro Natal não?
Que surpresas nos reservam? vão convidar-nos para uma taça de champanhe (lolol).
Beijos, fico a aguardar as cenas do próximo capitulo.
P.S. Luís obrigada pela visita ao meu blog :)
Descrever factos visualizados ou vividos requer conhecimento e bom senso, mas escrever sobre o imaginário, ideais, criatividade, requer também arte…e essa só está ao alcance de alguns.
Limar as arestas de uma frase, aplainar a harmonia das palavras ou pintar uma virgula, é só para quem sabe fazê-lo, aqueles que escrevem ao sabor da “pena” e que eu muito admiro. Serve isto também, para dizer que te admiro muito pela forma da tua escrita. Parabéns. Continua…Um beijo. Fernando
Anonymous, quem quer que sejas, e embora estimulante receber palavras como as tuas e, aliás, as de todos os outros nossos leitores, que agradecemos muito, o facto é que não temos o talento nem a arte, mas apenas um pouco de imaginação e algum trabalho. Isto não é modéstia, nem falsa nem verdadeira, mas apenas a afirmação de uma realidade consciente.
Procuramos fazer o melhor possivel, dentro do tempo que temos disponivel, e o facto de sabermos que contribuimos para que os nossos leitores tenham uns minutos de prazer todas as semanas, é a nossa recompensa maior.
Beijinhos para todas as meninas e abraços para todos os meninos que lêem as nossas palavras.
Luis
Isa&Luís
Para além dos vossos diálogos escritos que me prendem, para além destes amores, para além dos pormenores tão cheios dos mais variados sentimentos e valores... este blogue desperta-me interesses e dá-me a conhecer maravilhas... assim aconteceu com a vossa divulgação do http://gentepaisagens.blogspot.com/.
Bem hajam e... aguardo a continuação (próxima quinzena...)
~*Um beijo*~
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Penso que este momento só é comparável com aquele em que se entra pela primeira vez para a primária. Aquele momento doloroso, de separação, de se deixar o filho na escola. Uma boa semana.
penso que este emotivo momento de separação entre a Rita e a Luisa faz lembrar um pouco quando deixamos pela primeira vez o nosso filho na escola primária. Boa semana.
Isa e Luis
sentei-me aqui mesmo ao “vosso” lado li o que perdi e viajei na aventura da Luisa e da filhota Rita, é difícil estar noutra cidade a estudar, quanto mais em outro país a angustia de mãe e filha bem sentidas, na saudade que ficou.
senti o carinho do Francisco pela mãe, a ternura com que se tratam e a cumplicidade e amizade que existe entre os dois “nota máxima”.
hoje o regresso da Luisa, a Rita já dentro dos rituais acadêmicos, com uma nova amiga e a mãe feliz por a filha seguir o que mais gosta, mas com o coração muito apertadinho, viajei a seu lado e vi que lacrimejava, as saudades começaram logo ali, quando colocou o é no avião
a Cristina à sua espera com mil novidades e certamente que a conversa durou toda a noite
a paixão já anda no ar e casamentos podem muito bem está por aí a aparecer...
gosto de vos ter como sempre, entrar no romance e sentir-me dentro dele
perdoem a minha ausência mas li um a um o que ficou por ler, continuam a deslumbrar-me
deixo-vos mil beijos, vou aparecendo acreditem e abraço-vos como sempre, aquele abraço que passa do virtual para o real
lena
A vida é feita de surpresas quase diarias, é por isso que é bom ver vivida.
Continuo a gostar de vos ler, e aguardo pelos próximos episódios com muito interesse.
Beijos e abraços.
Isa & Luis eu também vou dormir repousada e calma, espero eu, mas com este calor nunca se sabe ;)
Venho ler-vos e deixar-vos um beijinho grande.
Queridos Isa e Luis!
Hoje é sexta-feira e como eu sei que vocês cultivam a fé divina, então vamos pedir uma força, para que o final de semana seja muito bom, com paz, amor, sol... Mas se aparecer uma chuvinha, não ligue, aproveite para andar um pouco junto com ela. Vocês vão ver como é bom...
Beijos com todo meu carinho.
Regina
Olá meninos,
Então, hoje não há novo capítulo?
Passo mais logo :)
Beijinhos e bom fim de semana
Olá!!!!
Nada como uma história destas lida de uma vez só para tirar o stress do dia!
Espero novo capítulo ;)
Beijinhos!!!
Continua interessante! Beijinho.
oi Isa...
acabei de conhecer seu blog..sou de Minas Gerais, Brasil..
sou amiga da Mariangela, de Niteroi..
ela me disse que é sua amiga há tempos..
to gostando da sua história..vou acompanhar..
até mais..
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