Virtual Realidade Parte 13
Passaram-se uns dias.
Luísa e a sua amiga Cristina estavam no bar do ginásio a conversar, antes do início da aula de hidro-ginástica.
─ Então, Luísa, sempre ocupada ultimamente? Ninguém te vê! Desde que passaste a frequentar o tal chat MIRC. É um sítio muito interessante para fazer conhecimentos, e até encontros. Não me digas que já te convidaram a fazer sexo virtual?
─ Cristina, tu sabes que nós só fazemos o que realmente desejamos, por isso, se a conversa não me interessar até posso bloquear esse nick.
─ Mulher, não é preciso ficares irritada! Apenas disse o que se comenta sobre esses chats.
─ Eu sei! Mas acredita que também se encontram pessoas apenas interessadas numa boa amizade.
─ E tu acreditas mesmo nisso?! Tem mas é cuidado! Aproveita e diverte-te mas não leves a coisa demasiado a sério. Já muitas arranjaram graves problemas por acreditarem em tudo o que aí se diz. Já tens idade para ter juízo!
─ Com o tempo não achas que possa haver uma aproximação mais profunda?
─ Claro que eu acredito que por lá também anda gente séria. Agora ter a certeza de quais são esses é diferente. Por mim apenas conheço duas pessoas nas quais posso ter inteira confiança.
─ Ai é?! Quem são essas?
─ Tu e eu!
─ Tu és demais! Deixa-me rir! Isso só mesmo teu. ─ Disse Luísa soltando uma grande risada. ─ Mas não deixas de estar certa.
─ Pois não. E olha, quando eu te contar o que se passou com a Júlia, a minha prima de Braga vais perceber melhor o que eu penso disso tudo.
─ OK, então conta-me tudo!
Naquele momento, deu o toque para a aula começar.
─ Afinal vai ter de ficar para outra altura. Vamos à nossa aulinha.
Ambas se dirigiram para perto do grupo que se estava organizar para mais uma aula, que, por sinal, teve um ritmo muito estimulante.
Aquelas aulas eram uma coisa que vinham frequentando havia mais de seis anos, duas vezes por semana, e fazia-as sentirem-se em boa forma. Uma amiga comum tinha-as cativado para aquela forma de exercício físico e já não conseguiam passar sem ele.
Cristina era casada e tinha o marido nesta altura em missão na bósnia. Ele era militar de carreira, e as aulas de ginástica também lhe faziam passar melhor o tempo na ausência do marido. Tinham um filho dois anos mais novo do que a Rita, que andava no
décimo ano de escolaridade, de nome Daniel. Daniel era um apaixonado de desportos aquáticos: natação, surf e vela eram os preferidos.
A Rita e o Daniel já tinham sido namorados; mas agora eram apenas bons amigos e cada um seguia o seu destino aparentemente divergente do destino do outro.
Para Luísa passou a ser também a única ocasião em que se encontrava com as amigas, depois de ter apanhado o vício das conversas via mIRC. Isso era a única actividade extra que ela não trocaria por nada.
No fim da aula, as amigas separaram-se prometendo encontrar-se num dia próximo para falarem sobre o que sabiam do IRC.
Luísa, enquanto conduzia em direcção a casa pensava nas conversas que costumava ter com a Cristina e com outras amigas e em como, havia algum tempo, tinha deixado de lhes aparecer por causa das conversas on-line. Gostava muito da Cristina e pensava espantada em como a tinha trocado por conversas irreais, que, pensando bem, até lhe poderiam trazer problemas complicados.
“ Será que não estou a ficar demasiado presa ao Mirc? Nem tenho dado por ela, e as minhas amigas estão a queixar-se que já não lhes ligo, e que falto muito aos convites. O que seria se lhes contasse sobre o Eduardo? Iam seguramente chamar-me maluca. Como posso ficar assim tão agarrada a uma pessoa virtual, quando poderia aceitar o convite de uma pessoa real para jantar fora ou dançar? Mas o Eduardo existe, é real e honesto. A prova maior da honestidade dele é ter-me dito a verdade acerca das suas intenções para comigo. Se me quisesse enganar tentaria seduzir-me e ele nunca disse nada nesse sentido; muito pelo contrário. Não posso duvidar de que ele só pode ser uma pessoa extremamente escrupulosa, incapaz de brincar com os sentimentos dos outros e que isso só me faz gostar mais dele”. Luísa ia tão absorta nos seus pensamentos que nem tomou nota que quase tinha parado na via e a fila de carros buzinava atrás dela. Apanhou um grande susto. Acelerou a grande velocidade.
Continua...
Luísa e a sua amiga Cristina estavam no bar do ginásio a conversar, antes do início da aula de hidro-ginástica.
─ Então, Luísa, sempre ocupada ultimamente? Ninguém te vê! Desde que passaste a frequentar o tal chat MIRC. É um sítio muito interessante para fazer conhecimentos, e até encontros. Não me digas que já te convidaram a fazer sexo virtual?
─ Cristina, tu sabes que nós só fazemos o que realmente desejamos, por isso, se a conversa não me interessar até posso bloquear esse nick.
─ Mulher, não é preciso ficares irritada! Apenas disse o que se comenta sobre esses chats.
─ Eu sei! Mas acredita que também se encontram pessoas apenas interessadas numa boa amizade.
─ E tu acreditas mesmo nisso?! Tem mas é cuidado! Aproveita e diverte-te mas não leves a coisa demasiado a sério. Já muitas arranjaram graves problemas por acreditarem em tudo o que aí se diz. Já tens idade para ter juízo!
─ Com o tempo não achas que possa haver uma aproximação mais profunda?
─ Claro que eu acredito que por lá também anda gente séria. Agora ter a certeza de quais são esses é diferente. Por mim apenas conheço duas pessoas nas quais posso ter inteira confiança.
─ Ai é?! Quem são essas?
─ Tu e eu!
─ Tu és demais! Deixa-me rir! Isso só mesmo teu. ─ Disse Luísa soltando uma grande risada. ─ Mas não deixas de estar certa.
─ Pois não. E olha, quando eu te contar o que se passou com a Júlia, a minha prima de Braga vais perceber melhor o que eu penso disso tudo.
─ OK, então conta-me tudo!
Naquele momento, deu o toque para a aula começar.
─ Afinal vai ter de ficar para outra altura. Vamos à nossa aulinha.
Ambas se dirigiram para perto do grupo que se estava organizar para mais uma aula, que, por sinal, teve um ritmo muito estimulante.
Aquelas aulas eram uma coisa que vinham frequentando havia mais de seis anos, duas vezes por semana, e fazia-as sentirem-se em boa forma. Uma amiga comum tinha-as cativado para aquela forma de exercício físico e já não conseguiam passar sem ele.
Cristina era casada e tinha o marido nesta altura em missão na bósnia. Ele era militar de carreira, e as aulas de ginástica também lhe faziam passar melhor o tempo na ausência do marido. Tinham um filho dois anos mais novo do que a Rita, que andava no
décimo ano de escolaridade, de nome Daniel. Daniel era um apaixonado de desportos aquáticos: natação, surf e vela eram os preferidos.
A Rita e o Daniel já tinham sido namorados; mas agora eram apenas bons amigos e cada um seguia o seu destino aparentemente divergente do destino do outro.
Para Luísa passou a ser também a única ocasião em que se encontrava com as amigas, depois de ter apanhado o vício das conversas via mIRC. Isso era a única actividade extra que ela não trocaria por nada.
No fim da aula, as amigas separaram-se prometendo encontrar-se num dia próximo para falarem sobre o que sabiam do IRC.
Luísa, enquanto conduzia em direcção a casa pensava nas conversas que costumava ter com a Cristina e com outras amigas e em como, havia algum tempo, tinha deixado de lhes aparecer por causa das conversas on-line. Gostava muito da Cristina e pensava espantada em como a tinha trocado por conversas irreais, que, pensando bem, até lhe poderiam trazer problemas complicados.
“ Será que não estou a ficar demasiado presa ao Mirc? Nem tenho dado por ela, e as minhas amigas estão a queixar-se que já não lhes ligo, e que falto muito aos convites. O que seria se lhes contasse sobre o Eduardo? Iam seguramente chamar-me maluca. Como posso ficar assim tão agarrada a uma pessoa virtual, quando poderia aceitar o convite de uma pessoa real para jantar fora ou dançar? Mas o Eduardo existe, é real e honesto. A prova maior da honestidade dele é ter-me dito a verdade acerca das suas intenções para comigo. Se me quisesse enganar tentaria seduzir-me e ele nunca disse nada nesse sentido; muito pelo contrário. Não posso duvidar de que ele só pode ser uma pessoa extremamente escrupulosa, incapaz de brincar com os sentimentos dos outros e que isso só me faz gostar mais dele”. Luísa ia tão absorta nos seus pensamentos que nem tomou nota que quase tinha parado na via e a fila de carros buzinava atrás dela. Apanhou um grande susto. Acelerou a grande velocidade.
Continua...
2 Comments:
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