Virtual Realidade Parte 15
Uns dias depois Luísa teve uma noite agitada e dormiu mal. Um pesadelo horrível tinha-lhe roubado a tranquilidade do sono: estava sozinha numa praia enevoada. Tinha uns óculos de sol escuros que não caíam da cara e sabia que estava à espera de Sandrine. De repente vê um vulto sair de dentro do mar, a princípio disforme e irreconhecível, por causa da névoa, mas aumentando gradual e assustadoramente de volume à medida que se dirigia para ela mostrando uma mão estendida, como se pedisse ajuda. Parou a três passos de Luísa. Luísa tenta agarrar aquela mão implorante mas não consegue. Aproxima-se mais, estende a sua mão para a do vulto, mas este desaparece de repente quando Luísa acaba de ter a sensação de que lhe tocou. Acorda alagada em suor e, aflita, liga para Sandrine.
─ Olá Sandrine! Tudo bem contigo, querida? Quando regressas a casa?
─ Olá linda! Comigo está tudo óptimo. Ainda não sei quando poderei fazer-te uma visita. Logo que possa voarei até ao ninhoJ)
─ Não me estás a esconder nada? Estás mesmo bem?
─ Estou mesmo bem, porquê? Que aflição é essa? ─ Para Sandrine era evidente a agitação, a ansiedade na pergunta de Luísa.
─ É que acordei assustada com um pesadelo horrível que tive, e lembrei-me logo de ti. Com esse teu trabalho fico sempre ansiosa, preocupada.
─ Ora, ora, é um trabalho como outro qualquer. Tu sabes bem que era o meu sonho ser piloto, e tu contribuíste para que isso tivesse acontecido mamã (torta). Nunca esquecerei como tens sido boa e sobretudo muito amiga. Tens um enorme coração.
Luísa, conta o sonho a Sandrine e pergunta-lhe o que quereria o sonho dizer afinal.
─ Achas que teria sido premonitório?
─ Há pessoas que dizem que têm um sexto sentido. Comigo isso nunca aconteceu; e sobre o sonho acredito que não. Fica descansada. Foi apenas um sonho mau.
─ Espero bem que sim, que tenha sido penas um sonho mau. Morreria se te acontecesse alguma coisa de ruim e com os riscos em que a tua actividade te coloca, lembro-me sempre do pior.
─ Tudo na vida é arriscado. A própria vida é um risco. Por isso descontrai-te e não andes sempre tão preocupada comigo. Ok?
─ Tentarei.
Falaram ainda de diversos assuntos, e Luísa acabou por lhe falar do Eduardo, de como o tinha conhecido no IRC, e do que achava que ele era como pessoa.
─ Fazes bem em arranjar um namorado ─ disse-lhe Sandrine ─ é disso que tu precisas, mas tem cuidado com esse desconhecidos cujo rosto não se vê quando falam connosco. Vais ter de me contar essa história toda; quero saber tudo.
Luísa prometeu contar-lhe quando ela viesse e despediram-se com abraços e beijinhos ficando ansiosas por se encontrarem.
Luísa, recorda quando foi buscar a Sandrine ao aeroporto há uns anos atrás. Ela tinha sido a sua família de acolhimento quando Sandrine veio estudar para Portugal.
A campainha da porta soou. Luísa distraída como estava, a reviver esses tempos passados, estremeceu. Eram 9 horas da manhã de um sábado de sol radioso, que convidava uma fugida até à praia. Mas, definitivamente, aquele sonho tinha-a perturbado em demasia.
Foi abrir e viu que era a Cristina, aquela que ela considerava a sua melhor amiga.
─ Olá! Tu por aqui?
─ Pois! Já que tu deixaste de me ligar vim eu ver-te! Como vai o teu romance virtual?
─ Sabes muito bem que não é romance nenhum. Deixa-te dessas coisas.
─ Na, na, na; hoje vais contar-me tudo, todinho! A não ser que tenhamos deixado de ser amigas e já não confies em mim.
─ Sabes muito bem que não é nada disso. Só que não há romance nenhum entre mim e o Eduardo.
─ Ah, então chama-se Eduardo! Pelo menos já sei o nome, que até pode ser falso…
─ Dizes isso porque nunca falaste com ele. No Eduardo não há nada de falso.
─ Tás mesmo caídinha de todo! Não me digas que te apaixonaste por um…fantasma!
─ Olha, somos muito amigas há muito tempo, mas se continuas a falar assim não te conto nada.
─ O caso é mais grave do que eu pensava. Vou ter de cuidar de ti: dar-te um tratamento de choque antes que o teu mal se torne incurável; a não ser que já não tenha cura mesmo e eu tenha chegado tarde demais…Não posso deixar que a minha amiga de muitos anos se transforme num brinquedo nas mãos de um sacana qualquer.
─ Não sejas má. O Eduardo não é nada disso, é diferente. Por isso não me fales assim!
─ Quando ouvires o que tenho para te contar vais ver porque falo assim. Um caso real que se passou com a minha prima de Braga.
Sentaram-se num sofá da sala pequena que era onde Luísa tinha os seus livros e a sua música e onde trabalhava. Da sacada avistava-se o mar.
─ Começa tu primeiro, disse a Luísa.
─ Sim, vou-te contar…
─ Espera! Tomas um café? Tenho ali acabado de fazer.─ Sim pode ser.
Continua...
─ Olá Sandrine! Tudo bem contigo, querida? Quando regressas a casa?
─ Olá linda! Comigo está tudo óptimo. Ainda não sei quando poderei fazer-te uma visita. Logo que possa voarei até ao ninhoJ)
─ Não me estás a esconder nada? Estás mesmo bem?
─ Estou mesmo bem, porquê? Que aflição é essa? ─ Para Sandrine era evidente a agitação, a ansiedade na pergunta de Luísa.
─ É que acordei assustada com um pesadelo horrível que tive, e lembrei-me logo de ti. Com esse teu trabalho fico sempre ansiosa, preocupada.
─ Ora, ora, é um trabalho como outro qualquer. Tu sabes bem que era o meu sonho ser piloto, e tu contribuíste para que isso tivesse acontecido mamã (torta). Nunca esquecerei como tens sido boa e sobretudo muito amiga. Tens um enorme coração.
Luísa, conta o sonho a Sandrine e pergunta-lhe o que quereria o sonho dizer afinal.
─ Achas que teria sido premonitório?
─ Há pessoas que dizem que têm um sexto sentido. Comigo isso nunca aconteceu; e sobre o sonho acredito que não. Fica descansada. Foi apenas um sonho mau.
─ Espero bem que sim, que tenha sido penas um sonho mau. Morreria se te acontecesse alguma coisa de ruim e com os riscos em que a tua actividade te coloca, lembro-me sempre do pior.
─ Tudo na vida é arriscado. A própria vida é um risco. Por isso descontrai-te e não andes sempre tão preocupada comigo. Ok?
─ Tentarei.
Falaram ainda de diversos assuntos, e Luísa acabou por lhe falar do Eduardo, de como o tinha conhecido no IRC, e do que achava que ele era como pessoa.
─ Fazes bem em arranjar um namorado ─ disse-lhe Sandrine ─ é disso que tu precisas, mas tem cuidado com esse desconhecidos cujo rosto não se vê quando falam connosco. Vais ter de me contar essa história toda; quero saber tudo.
Luísa prometeu contar-lhe quando ela viesse e despediram-se com abraços e beijinhos ficando ansiosas por se encontrarem.
Luísa, recorda quando foi buscar a Sandrine ao aeroporto há uns anos atrás. Ela tinha sido a sua família de acolhimento quando Sandrine veio estudar para Portugal.
A campainha da porta soou. Luísa distraída como estava, a reviver esses tempos passados, estremeceu. Eram 9 horas da manhã de um sábado de sol radioso, que convidava uma fugida até à praia. Mas, definitivamente, aquele sonho tinha-a perturbado em demasia.
Foi abrir e viu que era a Cristina, aquela que ela considerava a sua melhor amiga.
─ Olá! Tu por aqui?
─ Pois! Já que tu deixaste de me ligar vim eu ver-te! Como vai o teu romance virtual?
─ Sabes muito bem que não é romance nenhum. Deixa-te dessas coisas.
─ Na, na, na; hoje vais contar-me tudo, todinho! A não ser que tenhamos deixado de ser amigas e já não confies em mim.
─ Sabes muito bem que não é nada disso. Só que não há romance nenhum entre mim e o Eduardo.
─ Ah, então chama-se Eduardo! Pelo menos já sei o nome, que até pode ser falso…
─ Dizes isso porque nunca falaste com ele. No Eduardo não há nada de falso.
─ Tás mesmo caídinha de todo! Não me digas que te apaixonaste por um…fantasma!
─ Olha, somos muito amigas há muito tempo, mas se continuas a falar assim não te conto nada.
─ O caso é mais grave do que eu pensava. Vou ter de cuidar de ti: dar-te um tratamento de choque antes que o teu mal se torne incurável; a não ser que já não tenha cura mesmo e eu tenha chegado tarde demais…Não posso deixar que a minha amiga de muitos anos se transforme num brinquedo nas mãos de um sacana qualquer.
─ Não sejas má. O Eduardo não é nada disso, é diferente. Por isso não me fales assim!
─ Quando ouvires o que tenho para te contar vais ver porque falo assim. Um caso real que se passou com a minha prima de Braga.
Sentaram-se num sofá da sala pequena que era onde Luísa tinha os seus livros e a sua música e onde trabalhava. Da sacada avistava-se o mar.
─ Começa tu primeiro, disse a Luísa.
─ Sim, vou-te contar…
─ Espera! Tomas um café? Tenho ali acabado de fazer.─ Sim pode ser.
Continua...
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