Virtual Realidade Parte 24
Luísa sabia que aquele dia ia ser importante. Era a chegada de Sandrine, depois de uma ausência de alguns meses. Acordou ansiosa e mais cedo do que tinha programado o relógio para a despertar. Decidiu levantar-se logo e tomar um duche frio para começar bem o dia. Era Setembro e as noites continuavam quentes. Não havia nada que Luísa gostasse mais do que a água fria a escorrer pelo seu belo corpo depois de uma noite de tanto calor. Já estava a começar a secar-se quando ouviu o telefone a tocar. Enrolou-se à pressa na toalha e correu para a sala.
─ Olá Sandrine minha querida! A viagem correu bem? Já estás com a Rita?
─ Sim, vamos almoçar aqui, chegaremos pela tardinha a casa. Não te preocupes.
─ Estou ansiosa por te abraçar. Beijinhos, portem-se bem!
Luísa, acabou de se arranjar e foi ter com a amiga Cristina. Estava ansiosa demais para ficar sozinha em casa.
Sandrine e Rita eram muito amigas, e de certa forma confidentes. Sandrine era uma pessoa muito aberta para quem não havia tabus. Viajava muito e conhecia muitos lugares diferentes. Rita admirava-a muito. Sandrine dizia-lhe muitas vezes: “não tenhas medo de viver. Agarra as oportunidades boas que tiveres. Tu és inteligente, sabes o que deves fazer. E sabes também que estou aqui, sempre. Escreve, telefona, o que quiseres”.
─ Acabei de ligar para casa, Rita, já combinei tudo com a tua mãe. Chegaremos a casa por volta da hora do jantar. Achas bem?
─ Óptima ideia! Nem sei como lhe dizer que não posso ir convosco para o Algarve. Tenho imensa pena, mas primeiro estão os exames. Os meus sonhos!
─ Não te preocupes! Ela vai entender perfeitamente. Nós vamo-nos divertir as duas.
─ Não tenho dúvidas quanto a isso, vocês entendem-se perfeitamente.
─ A tua mãe tenta acompanhar a nossa geração. Eu quero saber o que se passa com ela desde que descobriu o mágico mundo virtual. Quero saber tudo sobre o misterioso Príncipe Encantado.
─ Estou preocupada com ela sobre isso. Ela deixa-se envolver muito. Devia ser mais racional. Não consigo entender, rejeita os pretendentes, as amizades de longos anos. Está fascinada por esse Eduardo.
─ Não te preocupes com ela. A tua mãe é adulta e sabe muito bem cuidar de si. Mas diz-me como te sentirias se ela te arranjasse um padrasto? ─ Perguntou Sandrine a sorrir.
─ Estás a brincar?!
─ Não de todo. Imagina por momentos que isso aconteceria…
─ Tenho todo o respeito pela liberdade da minha mãe e só desejo que tenha sorte e seja feliz. Acredita que, embora esteja com algum receio, estou a torcer para que dê certo. Ela precisa e merece.
─ Sim também acho isso. Mas, e se tu, por qualquer motivo, não gostasses dele?
─ A minha mãe é que tem de gostar…
─ Sim, claro, mas tu vives com ela.
─ Como a situação ainda não surgiu vou confiar nos gostos dela. Depois se verá. Mas arranjar namorado no IRC quando podia arranjar ao natural…Sabes que com a simpatia dela nunca lhe faltaram pretendentes. Houve até um que gostava muito dela.
─ Eu sei, mas, pelo que parece, nenhum lhe agradou tanto como esse desconhecido.
─ É isso que me traz preocupada: um desconhecido.
─ Os conhecidos também nos enganam. Não é pelo facto de lhes conhecermos o rosto que podemos confiar mais neles.
─ Tens razão, mas não posso deixar de andar apreensiva.
─ Preocupa-te antes contigo e com os teus exames. Agora vamos mas é almoçar!
─ Sim, vamos.
Rita e Sandrine foram almoçar ao centro comercial “Maringá”. O almoço decorreu muito animado entre risos e gargalhadas sobre as aventuras que Sandrine contava á Rita.
A certa altura Rita perguntou:
─ Conta lá! Como vais de amores? Quero saber tudo!
─ Vou bem: de vez em quando arranjo um namorado. ─ Sandrine ri.
─ E de sério, nada?
─ Não é a minha opção de vida encontrar marido, se é isso que perguntas. Umas aventuras aqui e ali, umas noites bem passadas, mas nada para durar. Prezo muito a minha liberdade. E pelo que vejo entre amigos, agora casam-se e logo de seguida divorciam-se. Decididamente, isso não faz o meu género. Quem sabe se não encontro alguém que pense como eu, e queira viver uma relação aberta!
─ Não gostarias de ter filhos? Uma família?
─ Agora não. Quem sabe um dia…E tu?
─ Eu quero ser médica. Mas gostava muito de vir a ter uma família. Olha ficas desde já convidada para ser madrinha do meu primeiro filho.
─ Há namoro na costa?
─ Nada disso ─ responde Rita. ─ Tenho-me dedicado aos estudos; apenas uns namoricos sem importância. Quem sabe se for para Espanha arranje lá algum espanhol! ─ Disse rindo.
─ De Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos! ─ Riu Sandrine.
─ Já foste para a cama com algum espanhol e ficaste decepcionada, foi?
─ Por acaso fui! Um morenaço bonito, cabelos negros…muy guapo; só não gostei da língua dele.
─ Ai foi?! Conta, conta tudo…─ Rita soltou uma enorme gargalhada.
─ Olha que espertinha que tu me saíste! ─ Exclamou Sandrine rindo também ─ Não foi nada disso! Eu só quis dizer que não gosto de espanhol.
─ Eu sei, eu sei…
Os outros clientes do restaurante olhavam aquelas duas mulheres lindas que almoçavam sozinhas tentando imaginar o que as poderia fazer rir tanto.
O almoço terminou e dirigiram-se alegres para as compras.
Luísa tinha ido encontrar-se com a Cristina para passar o tempo e tentar saber o que se passava com a amiga, em que mistério estaria envolvida.
─ Olá, querida! Como vais?
─ Olá, Luísa! Comigo tudo bem e tu?
─ Também estou bem. Sabes, estou à espera da Sandrine e da Rita para o jantar e amanhã partiremos por oito dias para Algarve. Vens lá a casa e jantas connosco.
─ Obrigada mas não vai dar. Espero o Daniel.
─ Que bom! Ele também pode vir.
─ Não, ele vem com a namorada para eu a conhecer.
─ Ah, ok. Fica para outra vez. Tu estás mesmo bem, nada te preocupa?
─ Sim, tenho uma coisa que me preocupa. Mas conto-te quando regressares, pode esperar. Diverte-te muito com elas.
Luísa notou que, ao dizer isto, nos olhos de Cristina havia uma profunda tristeza mas não insistiu.
Chegada a casa pôs-se a andar de um lado para outro inquieta: Por um lado o problema da Cristina por outro as filhas que já deviam ter chegado. O que teria acontecido àquelas miúdas que nunca mais apareciam? O melhor seria ir ao computador. Quem sabe se não encontraria o Eduardo?
Mal tinha entrado no MIRC quando olha e vê o nick mds a cintilar. Radiante abre a janela e diz:
─ Estou preocupada com as miúdas. Já deviam ter chegado de Leiria.
─ Calma doçura! Conta tudo e toma para acalmares: mil beijos meus.
Luísa conta ao Eduardo todos os projectos que têm em mente para as mini férias que em vez de quinze dias serão apenas oito. Dando o nome do hotel e até o número do quarto. Eduardo sorri: acabou de apanhar uma ideia que lhe passou pela cabeça e que irá pôr em prática, mas não diz nada. Luísa de repente ouve o barulho de um carro.
─ Tenho que desligar! Acabaram de chegar. Amanhã cedo iremos de viagem. Tu fica bem e porta-te bem. Pensa em mim! Beijinhos muitos.
─ E tu goza bem as férias e diverte-te muito com as miúdas. Cá ficarei á tua espera, carinho. Jinhos doces.
Luísa desligou e foi abrir a porta; caíram logo todas nos braços umas das outras e, eufóricas, começaram a falar ao mesmo tempo: ninguém se entendia. Jantaram em plena harmonia, como há muito não tinham oportunidade de fazer.Eram as três muito unidas.
Continua...
2 Comments:
A FOTO PARECE-SE COM UMA DAS MINHAS CASAS.... A STORY INERESSANTE!
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