Virtual Realidade

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Friday, September 26, 2008

Explicação e Agradecimento


Esta história, sem grandes pretensões, irá continuar, esperamos, em publicação impressa, em tempo a anunciar aqui futuramente.



Luísa, Eduardo, Mariana e companhia, deixam assim o contacto com os leitores deste blog, aos quais agradecemos o carinho e as dicas que nos estimularam e ajudaram a aprender e a tentar melhorar a escrita na medida das nossas possibilidades.

Começámos a publicar quando apenas tínhamos completado meia dúzia de capítulos, sem sequer termos um plano definido que nos apontasse o rumo, mas conseguimos chegar a um termo que nos parece razoavelmente aceitável.

Sem grandes pretensões à partida, achamos que excedemos as nossas melhores expectativas em termos de divertimento e aprendizagem.

Foram 3 anos em que partilhámos a nossa amizade com muitos de vós, a quem não esqueceremos, se não pelo nome e pelo rosto, pelo nick e pela alma.

A nossa intenção é tentar a publicação em livro, com novo acrescento à história que assim ficará mais completa.

Iremos, especialmente, seguir no rasto de Francisco e de Rita e dar ao Eduardo a possibilidade de se relacionar mais de perto com crianças, permitindo-lhe pôr em prática os seus conhecimentos de psicologia infantil.


Qualquer novidade relacionada, será, naturalmente, noticiada neste blog.


Um grande abraço de amizade e carinho a cada um(a) dos(as) nossos(as) leitores(as)!


Isa & Luis


Virtual Realidade Parte 153


─ Eu sei muitas coisas a teu respeito, Mariana! ─ respondeu, começando a tratá-la familiarmente por tu.

─ Como assim se nunca nos vimos pessoalmente? Eu conheço-o porque o vi em fotografias que o meu filho levou para Pamplona que é onde eu moro. O senhor conheceu o Francisco em casa de Luísa, porque ele veio aos anos da namorada que é filha da Luísa.

─ Pois foi. É natural que não me reconheças porque estou mais velho e, naquele tempo, não usava barba, mas conhecemo-nos há muitos anos.

Mariana começou a tremer porque o timbre daquela voz começava a impor-se-lhe com a evidência das recordações do passado.

─ Há muitos anos… Não pode ser, não posso acreditar, ─ balbuciou perplexa. ─ tu és o Eduardo…?!

─ Olha bem os meus olhos! ─ pediu pegando-lhe docemente na mão ─ sim, eu sou o Eduardo que tu amaste, o Eduardo que te amou e quase morreu de desgosto quando tu desapareceste.

Congelada na sua frente, com o olhar perplexo como se tivesse acabado de ver um fantasma, Mariana reviu na sua mente todo o horror por que havia passado.

Eduardo teve o impulso de a segurar porque lhe pareceu que ela ia desmaiar e cair no chão desamparada, mas, ao estender os braços para ela, Mariana, com os olhos voltados para o chão, conseguiu dizer:

─ Eu também ia morrendo!

Eduardo abraçou-a e as lágrimas caíam pelos rostos de ambos, indiferentes às crianças que jogavam a bola e eram, no momento, os outros utilizadores daquele espaço. Um dos pequenos jogadores foi beber água e ficou parado a olhá-los como um pardalito admirado que nunca tivesse visto gente grande a chorar.

─ Anda daí jogar! ─ chamou o colega de equipa, vendo que ele se demorava.

─ Desculpa, estou todo transpirado de correr e tu tens o perfume do meu amor de há muitos anos atrás! ─ exclamou Eduardo, apartando-se dela.

─ Num momento como este, quem se importaria com isso? Tu és mesmo o Eduardo!

─ Pois sou! ─ respondeu a sorrir, ao mesmo tempo que tentava descobrir em si o que ainda sentiria por ela.

─ E agora?

─ Agora temos muitas coisas a esclarecer, mas eu tenho de ir tomar um banho quente e mudar de roupa antes que arrefeça. Vem comigo que depois levo-te a casa.

─ Vim sozinha porque a Sara estava a dormir. Tenho de a avisar!

─ Eu ligo-lhe!

Eduardo marcou o número e a irmã atendeu:

─ Eduardo, que se passa?

─ É só para te dizer que esqueças o plano para eu me encontrar com a tua irmã.

─ Ah sim, porquê, mudaste de ideias?

─ Não, mas já não é preciso!

─ Como assim?

─ Ela encontrou-me e está aqui comigo.

─ E eu não assisti ao vosso encontro. Espero que tenha corrido bem!

─ Sim, correu, está a correr muito bem. Foi uma feliz coincidência, depois contamos-te. Andei a fazer um treino na praia e agora tenho de ir a casa tomar banho. A tua irmã vai comigo e depois vamos buscar-te para irmos jantar fora os quatro, está bem?

─ Está óptimo, mas é os cinco, se não te importas, que o Miguel já chegou.

─ Perfeito! Esperem por nós então. Até já.

─ Pronto, vamos? ─ perguntou Eduardo a Mariana quando terminou a chamada.

─ Vamos.

Sabes, há uma coisa que preciso de saber com verdade e gostaria que mo dissesses. Há uns tempos surgiram-me umas suspeitas e não tenho conseguido parar de pensar no assunto desde então ─ disse Eduardo a caminho da casa de Luísa.

─ E que é…

─ O Francisco é meu filho?

─ Sim, é! ─ respondeu ela sem hesitação.

Eu tinha quase a certeza, mas precisava da tua confirmação. Gostei muito dele e senti que havia alguma afinidade entre nós.

─ Sim, é um bom menino, o teu filho, o nosso filho! Sabes, ao mostrar-me as fotografias ele falava de ti com muita admiração! Vocês devem ter conversado muito.

─ Sim, falámos bastante. Obrigado, Mariana, não podes imaginar como me sinto feliz!

─ Também eu de te ter encontrado, e então o Francisco quando souber... Eu sempre lhe falei de ti como uma pessoa muito querida e um dia ele disse-me assim: «Quando terminar o meu curso, a primeira coisa que farei é procurar o meu pai.» Se pudesse adivinhar que já o encontrou e que esteve tão perto dele…

─ É verdade! Tenho de ir a Pamplona dizer-lho pessoalmente.

─ Claro que virás!

Mariana calou-se, por momentos, muito emocionada e depois disse, um pouco timidamente:

─ Já sei que não estás sozinho…

─ Esperei tantos anos por ti, procurei-te por todo o lado… ─ explicou como que a desculpar-se de não ter esperado mais, por ter perdido a esperança de a voltar encontrar e não saber se ela ainda o amava.

─ O mundo separou-nos e não quis que nos voltássemos a unir. Sabes, também tenho alguém que amo e com quem vivo há algum tempo.

─ É bom saber isso e que és feliz. Eu também sou feliz com a Luísa.

─ Ainda bem, mas o Francisco será sempre o nosso filho, o filho do amor que um dia tivemos um pelo outro.

─ Certamente! Chegámos, é aqui a casa da Luísa.

Eduardo tocou a campainha e a namorada veio abrir.

─ Ah, vens acompanhado! ─ notou Luísa, sorridente.

─ Sim, adivinhas quem é?

─ Sim, sei quem é! É demasiado parecida com a Sara para eu não adivinhar!

As duas mulheres beijaram-se e Mariana disse a sorrir:

─ É muito bonita, o Eduardo tem muito bom gosto!

─ Pelos vistos sempre o teve! ─ respondeu Luísa, devolvendo o elogio. ─ Vamos entrando!

─ Olha, amor, guarda as batatinhas que vamos comer fora. Conversem um pouco enquanto vou ao meu banho; a seguir vamos buscar a Sara e O sobrinho. ─ disse Eduardo radiante.

─ Vem comigo que vou mudar-me. ─ pediu Luísa tomando, familiarmente, a mão de Mariana e arrastando-a até ao quarto. ─ Gosto do Francisco como se fosse meu filho e estou muito feliz de te conhecer.

─ A Rita também é como se fosse minha filha, gosto muito dela! ─ respondeu Mariana.

Depois de um breve silêncio, enquanto enfiava um vestido pela cabeça, Luísa disse:

─ Desculpa mas tenho de te falar uma coisa!

─ Imagino que estejas preocupada pela minha presença aqui. Vamos estar unidas por laços de família e ser amigas com certeza, por isso não receies falar. ─ convidou Mariana com um sorriso franco, deixando a outra muito à vontade.

─ Eu sei tudo sobre o Eduardo e o relacionamento que teve contigo. Ele é o pai do Francisco, não é?

─ Sim, é! Disse-lho há pouco.

─ Ah!

─ Amámo-nos muito sim, mas as circunstâncias da vida não nos permitiram mais do que os breves momentos em que originámos o nosso filho. Fica tranquila que neste momento apenas nos resta uma grande amizade e eu também já tenho outra pessoa na minha vida.

─ Compreendeste-me bem, obrigada! ─ agradeceu Luísa a sorrir. ─ Como achas que me fica este vestido?

─ Belissimamente, pareces uma rainha!

─ Vamos então?

─ Vamos!



Epílogo



Eduardo, que já as esperava, viu as duas mulheres saírem de braço dado do quarto de Luísa e, erguendo-se do sofá, envolveu-as no mesmo abraço dizendo:

─ Minhas lindas senhoras, vamos comemorar a Vida!


F I M